Defensor de maiores esclarecimentos sobre denúncias envolvendo membros do governo no "Escândalo dos Aloprados", o senador Pedro Taques (PDT-MT) participou, nesta terça-feira, de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado que contou com a presença do ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante.
Nas últimas semanas, a revista Veja publicou matérias acusando Mercadante e a ministra das Relações Institucionais – na época senadora – Ideli Salvatti de ter conhecimento do esquema, ocorrido em 2006. Na época, foi preso em flagrante um grupo de militantes petistas acusados de tentar comprar um dossiê com falsas acusações contra o então candidato ao governo de São Paulo, José Serra.
Para Pedro Taques, existem muitos fatos a serem esclarecidos. Ele é favorável que o ministro preste esclarecimentos na Comissão de Segurança Pública e o Combate ao Crime Organizado da Câmara. Requerimentos já foram encaminhados à Comissão.
O ministro enfatizou que a CPI dos Sanguessugas, que também tratou do caso dos aloprados, sequer citou seu nome no relatório final. Taques, por sua vez, citou que a página 370 do volume II do documento menciona reunião entre Mercadante, Ideli, Expedito Veloso e Osvaldo Bargas. "Quero esclarecimentos neste sentido", disse o pedetista, questionando a suposta reunião no gabinete de Mercadante para possíveis articulações sobre o dossiê.
Em resposta ao senador, o ministro diz que houve uma reunião, com a presença de Oswaldo Bargas, em que foi informado que Antonio Vedoin estava fazendo insinuações a respeito dele. "A discussão era de que ele podia me atacar e nós deveríamos atacá-lo, mas nunca fiz isso. Mesmo assim, estou aqui prestando esclarecimentos".
O Líder do PSDB, senador Álvaro Dias (PR) disse que é dever do Senado esclarecer os fatos. Para isso, Dias encaminhou à CAE requerimentos de convocação da ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, para que ela explique as acusações publicadas pela imprensa de que teria envolvimento no esquema montado em 2006.