Responsável pela defesa do prefeito Júlio Ladeia (PR), de Tangará da Serra, o advogado Giórgio Aguiar avalia que o processo contra o republicano deve finalmente ser julgado nessa semana depois de uma maratona na Câmara Municipal. Também correm risco de cassação por falta de decoro o vice-prefeito José Jaconias (PT) e 4 vereadores acusados de envolvimento na contratação irregular do instituto Idheas, crime apontado pela Polícia Federal através da operação Hygeia.
De acordo com Giorgio, o julgamento se estende até essa semana por causa da proporção que o processo tomou. Só o relatório da comissão processante que recomenda a cassação dos agentes públicos tem 800 páginas. “Tudo tem que ser esclarecido para que os demais vereadores que não participaram da investigação tenham acesso ao que vai ser julgado”, explica.
Além da Ladeia e Jaconias, também correm risco de cassação os vereadores Celso Ferreira, Haroldo Lima, Paulinho Porfírio e Genilson Kezomae. Todos eles já estão afastados dos cargos e são processados por permitir a prorrogação do contrato com o instituto mesmo depois de alertas do Ministério Público Estadual.
Mesmo com o julgamento previsto para ocorrer nessa semana, a defesa de Ladeia deve recorrer novamente à Justiça para barrar o caso. O prefeito afastado alega ser vítima de uma campanha de adversários políticos que estariam interessados no comanda da prefeitura.
A maratona tem levado os vereadores de Tangará da Serra a praticamente acampar na Câmara. Isso porque as sessões plenárias têm se estendido da manhã até as madrugadas. Começou na quinta-feira (25). Além do processo por causa da contratação do instituto Idheas, Ladeia responde a outras 3 investigações na Câmara. As acusações partiram de entidades de classe de Tangará.