Uma das principais dificuldades enfrentadas pela Polícia Federal e Ministério Público Eleitoral para investigar denúncias que chegam à Ouvidoria do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso é a ausência de informações essenciais para a apuração dos fatos. "Muitas vezes a denúncia procede. Mas, talvez pelo nervosismo ou pela pressa, o eleitor passa informações incompletas para a Ouvidoria, o que inviabiliza a investigação. Precisamos que as denúncias sejam mais completas. O eleitor precisa descrever o fato, onde ocorreu, quando ocorreu, nome da rua e bairro, se possível a descrição da casa ou imóvel, nome de pessoas envolvidas, se houve valores em dinheiro envolvidos, se houve compra de votos com fornecimento de outra vantagem material. Tudo que puder acrescentar será útil na investigação", disse o superintendente da PF em Mato Grosso, delegado Élcio Vicente da Silva.
Com ampla experiência eleitoral e atuação destacada na área desde as eleições de 1996 em diversos estados brasileiros, o superintendente já avisou que, para o pleito de 2014, vai preparar uma estratégia especial para a apuração imediata – e aprofundada – das denúncias que chegarem à Ouvidoria do TRE. Mas para isso é preciso contar com a parceria dos eleitores.
O delegado federal já participou de uma reunião prévia, nas dependências do TRE, com o procurador regional eleitoral substituto, Douglas Guilherme Fernandes, que vai atuar nas eleições 2014.
Algumas estratégias de ação para 2014 já foram delineadas, mas a principal delas é conclamar a população a agir como fiscal da lei eleitoral. "Atualmente, todo mundo é um fiscal, porque praticamente todos tem celulares que tiram foto ou produzem pequenos filmes. E o Ministério Público Federal conta com os eleitores para coibir a corrupção eleitoral, principalmente a compra de votos", disse o procurador Guilherme Fernandes.