A exemplo de 2002, a candidatura do deputado Sérgio Ricardo a prefeito de Cuiabá já enfrenta problemas e vai adentrando o signo das desconfianças.Último nome de peso a se posicionar para a sucessão do prefeito Wilson Santos, o político terá que vencer todas as resistências internas do seu partido, o PR, para viabilizar o projeto. “Eu confio na palavra do governador Blairo Maggi. Ele é um político de muita palavra” – disse, ao demonstrar de que forma pretende alicerçar sua pré-candidatura. No começo da semana, Maggi garantiu que os republicanos teriam candidato em Cuiabá.
Tamanha desconfiança se deve ao fato de na eleição passada, parte do grupo liderado por Maggi, todos ainda no PPS, terem migrado em apoio a outras candidaturas. O fato mais evidente foi da primeira-dama Terezinha Maggi ter subido no palanque de Wilson Santos. “Temos que ver se esse apoio é integral ou não, se vem só pela metade” – provocou o deputado Roberto França, portador de uma notícia nada animadora para o deputado: “Já sai do PR; não tenho motivos para apoiar ninguém do PR”.
Roberto França, em verdade, foi o principal sustentáculo da candidatura de Sérgio Ricardo a prefeito em 2002. França praticamente “bancou” a indicação do atual presidente da Assembléia Legislativa. Na época, o PPS tinha também como pré-candidato o atual secretário de Justiça e Segurança Pública, Carlos Brito. A opção por Sérgio Ricardo foi conturbada. Brito tinha o apoio de uma expressiva parte do grupo de Maggi, inclusive de Terezinha. O diretório, no entanto, era controlado pela maioria “francista”. O desempenho nas urnas foi o que todos imaginaram: o adversário de Santos acabou sendo Alexandre César, do PT.
Sérgio Ricardo deverá levar como “trunfo” para convencer os republicamos a abraçarem sua candidatura a prefeito vários partidos “nanicos”. Liderados pelo PSB, Ricardo vem negociando com o deputado federal Valtenir Pereira, que “arrebanhou” para junto do PSB siglas como o PV, PCdoB, PAN, PMN, PRTB, PRB, entre outros. Valtenir organizou a “frente nanica” com o objetivo de constituir uma aliança proporcionar, para disputar entre uma e duas cadeiras na Câmara de Vereadores. Pelo “andar da carruagem” poderá até indicar um vice.
De sua parte, França ainda não tem destino definido. Sem partido, o experiente político ainda procura um caminho. Ele tem como certo, no entanto, que as eleições do ano que vem deverão passar por suas mãos. De qualquer forma, França dissimula quando o assunto é sucessão: “Estou preocupado mesmo é com o Resumo do Dia” – disse, referindo-se ao programa de televisão diário que apresenta na Rede TV todas as noites