O deputado estadual Mauro Savi concedeu entrevista coletiva, esta manhã, em Sorriso, e apontou ter sido vítima de armação. Ele foi flagrado, ontem, na BR-163, pela Polícia Rodoviária Federal com caixas de material de campanha do atual prefeito e candidato à reeleição, Dilceu Rossato, além de R$ 24,1 mil em dinheiro em uma pasta.
Sobre o dinheiro, disse que sacou o valor de sua conta salário aberta pela própria Assembleia Legislativa no dia 5 deste mês e apresentou o extrato bancário. Ele afirmou que o valor seria utilizado para pagar suas despesas pessoais em suas andanças de apoio aos candidatos a prefeito em diversas cidades na região. Savi também afirmou que não tem cheques e, por isso, saca o dinheiro para pagar seus gastos (suas contas estão bloqueadas pela justiça).
Em relação ao material de campanha de Rossato, Savi afirmou que estava em Cuiabá e iria para Sorriso. Um outro carro, da coligação de Rossato, estava levando o material. No entanto, como eram muitas caixas, se prontificou a levar algumas e afirmou que estava com as notas fiscais.
O parlamentar disse não ter concordado com a atitude da Polícia Rodoviária Federal, ontem à tarde, em frente ao posto em Sorriso, quando foi feita a fiscalização alegando que somente ele teria sido abordado. Também afirmou ter apresentado a nota do material de campanha e também o extrato comprovando a origem do dinheiro. Mesmo assim concordou em ir até a sede da Polícia Federal de Sinop prestar esclarecimentos. O deputado afirmou que não foi ouvido na delegacia da PF, mas que seu dinheiro ficou apreendido até que um extrato seja encaminhado ao local para a liberação. Já o material de campanha foi liberado, ontem mesmo, segundo ele. Savi disse ainda que vai acionar sua equipe jurídica e não descarta entrar com processo em relação ao caso.
Conforme Só Notícias já informou, um advogado acompanhou Savi nos procedimentos que foram feitos na PF em Sinop.
Outro lado
Ao Só Notícias, o chefe da delegacia da PRF de Sorriso, inspetor Felipe Mesquita, afirmou que não participou da abordagem realizada ao veículo no qual estava o deputado estadual. Ele afirmou estar em Cuiabá acompanhando um familiar em tratamento de saúde e também para assuntos relacionados Polícia Rodoviária Federal.
Ele disse ainda que todo o problema registrado pela unidade precisa passar por ele, que é o chefe da unidade. Como não estava no local, repassou a questão para o superintendente da PRF no Estado. “A única coisa que fiz foi repassar o problema da equipe para o meu superintendente, que é meu superior. Existe uma hierarquia dentro da PRF eu vou seguir, independente de quem seja abordado”.
Mesquita negou qualquer possibilidade de armação na abordagem ao veículo do parlamentar estadual. Segundo ele, o procedimento foi o rotineiro registrado pela PRF. “Pegamos ocorrências de todos os tipos desta forma. Foi uma fiscalização de rotina”.
A Polícia Federal, em nota, informou que "o deputado apresentou-se, mas disse à autoridade policial que não falaria por ter foro privilegiado. Após os procedimentos formais, o deputado foi liberado; A ocorrência foi registrada e encaminhada ao Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE para conhecimento dos fatos. A Polícia Federal aguarda manifestação do tribunal; Os valores foram apreendidos e o material de campanha liberado após apresentação de nota fiscal".
(Atualizada às 14:06hs)