A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura denúncias de supostas irregularidades na aplicação de recursos públicos repassados pela prefeitura para a ADECOBE (Associação de Desenvolvimento da Comunidade Boa Esperança) ouviu ontem o depoimento do empresário Jackson Franciscatto, proprietário de uma loja no distrito.
A empresa emitiu uma nota fiscal de compras, no valor de R$ 7, 7 mil, ao vender produtos para a associação. Na nota consta a compra, pela Adecobe, de correias e rolamentos para colheitadeiras, embora a associação não seja proprietária desses maquinários.
De acordo com o relator da comissão, vereador Chagas Abrantes (PPS), a explicação do empresário foi de que a Adecobe “ia adquirindo produtos e muitas vezes levava de 30 a 60 dias para pagar e a empresa fazia uma nota apenas, lançando produtos aleatórios para completar aqueles valores”. Na opinião do relator, a explicação se mostrou meio complexa. “Vamos verificar a quarta-via do bloco para ver se bate com a nota apresentada”.
O presidente da CPI, vereador Wanderley Paulo (PMDB) lembrou que a forma de emissão de notas adotada pela empresa é considerada crime fiscal e tributário. Franciscatto disse que também não sabia disso. A empresa dele emitiu 11 notas para a Adecobe. Para o presidente da Comissão Parlamentar, os trabalhos da CPI estão avançando. “A próxima reunião da CPI está agendada para dia 08”, afirmou.
Na última segunda-feira, a CPI pediu mais dez dias de prazo para apresentar o resultado da investigação. Nesta semana, ainda deve ser ouvido o proprietário de uma empresa de terraplenagem. teria afirmado em uma reportagem em emissora de tv, que teria fornecido uma nota fria para a associação, no valor de R$ 3 mil. O relator informou que ele foi localizado pelo telefone, mas a comissão está tendo dificuldade em convocá-lo oficialmente.
A comissão já ouviu o presidente da associação, Moacir Guarnieri e o 1° tesoureiro, Carlos Ervino Muller, na semana passada. A respeito da nota onde constavam produtos indevidos, os dirigentes da Adecobe apresentaram uma retificação da loja que vendeu os produtos, explicando que o lançamento na nota foi feito por código, o que ocasionou o erro. Sobre a emissão de uma nota fria, o presidente da Adecobe apresentou fotos constando que o serviço foi realmente realizado.