A câmara municipal fará sessão amanhã à noite para votar os projetos da prefeitura, desobstruindo a pauta de votações, após 6 sessões ordinárias sem votações do executivo. A confirmação foi feita, no final da manhã, pelo presidente Chagas Abrantes (PR). Três projetos serão votados. Um autoriza abertura de crédito na ordem de mais de R$ 12 milhões para pagamento de salário dos servidores. Outros pedem financiamento com o BNDES (Banco Nacional Desenvolvimento Econômico e Social) de R$ 3,7 milhões para compra de 15 ônibus escolares e 2 caminhões de lixo. “Em reunião com a bancada de oposição entendemos de forma responsável antecipar a sessão porque, segunda-feira, será dia 4 e poderá haver atraso no pagamento dos salários dos servidores. Mas, devemos destacar a falta de planejamento do Executivo, pois estamos no mês de setembro e já foi aberto crédito pela terceira vez, ou seja, não estão planejadas as receitas e despesas. Como que oito meses depois o município não tem mais dinheiro?”, questionou o presidente Chagas Abrantes, em entrevista coletiva.
Ele disse que vai ser a quarta vez que a câmara aprecia os projetos para aquisição dos ônibus e caminhões. “Todos os municípios de Mato Grosso que contraíram esse financiamento já compraram e Sorriso ainda não. Isso é uma vergonha. É incompetência do prefeito que não contraiu o financiamento. Estamos dando mais um prazo para o Executivo fazer algo que já deveria ter sido feito ano passado”, disparou. O presidente antecipou que os projetos serão aprovados excepcionalmente, o que não significa o fim da obstrução da pauta. “O prefeito descumpriu a lei com relação ao terreno do IFMT, pois, quando se trata de doação tem que ter aprovação da Câmara. Logo, ele quebrou o princípio da legalidade. Vamos continuar com a pauta obstruída até que o chefe do Executivo entenda que ele não é dono do município”, garantiu. O prefeito Chicão Bedin, disse ao Só Notícias, que vai se inteirar sobre os ataques do presidente e se pronunciará posteriormente.
A desobstrução da pauta ocorreu após a entrevista coletiva do prefeito, pela manhã, quando Chicão criticou a bancada de oposição por manter a decisão de não votar projetos. Segundo Chicão, a falta de votação dos projetos da prefeitura já “começam a causar prejuízos para a população. Ele citou que esta atitude dos vereadores podem prejudicar o pagamento dos fornecedores e até mesmo comprometer o salário dos servidores, já que alguns dos projetos enviados para a Câmara trata sobre mudanças no orçamento do município. A obra de pavimentação no bairro Boa Esperança também poderá ficar comprometida, devido a falta de repasse”, havia dito.
Câmara e prefeitura vivem uma queda de braço, desde agosto, quando a prefeitura decidiu que não iria mais fazer o campus do IFMT no Vila Romana, mas no bairro Rota do Sol, onde chegou a ser escriturada uma área. Com ampla maior (8 a 2), os vereadores decidiram não votar projetos da prefeitura para que Chicão Bedin mantivesse o planejamento anterior. Houve protestos em sessões do legislativo de moradores e partidários. E o caso acabou tendo desdobramentos entre vereadores.
A oposição pediu a cassação de mandato de Cicero Zimmermann (empossado recentemente), acusado de ter empresa que presta serviços para a prefeitura, o que é vedado pela Lei Orgânica. Cicero contra-atacou com requerimento questionando o fato do vereador Leocir Faccio receber 2 salários – como servidor e vereador. Hoje, Cicero disse que entrou com representação, no Ministério Público, contra o presidente Chagas Abrantes, por suposta prática de improbidade administrativa por não estarem sendo votados projetos do Executivo. “Não só o presidente, mas toda a mesa diretora, ao meu ver, cometeu infração a lei e deve responder pela improbidade administrativa praticada”, ataca.
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