Os vereadores Fernando Assunção (PSDB) e Wollgran Araújo (DEM) fizeram uma nova vistoria no almoxarifado da Secretaria de Saúde e apontam que há mais uma quantidade de medicamentos vencidos – 6 mil comprimidos de ácido acetilsalicílico usados para tratar febre em resfriados e 460 de ácido folínico para pacientes com artrite reumatoide ou psoríase. Também foram descobertos 881 frascos de metoclopramida para tratar distúrbios gastrointestinais e 41 tubos de pomadas de gentamicina para infecções nos olhos. Todos venceram neste final de semana.
Eles explicaram que receberam "um material que indicava possíveis irregularidades e então fomos in loco verificar”. Para Assunção, apesar de o assunto ser parecido, não será investigado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos remédios vencidos, instaurada na câmara, mês passado e que está ouvindo depoimentos de servidores da prefeitura de Sinop. “A gente tem indícios de má gestão, mas não podemos misturar os assuntos. A CPI está já fazendo um trabalho em relação àquela denúncia. Esta é uma denúncia nova e vai ser discutida durante a semana para ver qual será o melhor caminho para apurar as responsabilidades por mais esta falha. Enquanto se vence medicamentos novamente, falta outros em postos de saúde. Está se tornando corriqueiro”, afirmou.
Outra crítica feita pelos parlamentares foi em relação ao software usado pela secretaria para controle do estoque dos medicamentos. “É falho. A gente olha no sistema e vê que tem 10 mil frascos de determinado medicamento, mas quando vai no almoxarifado descobre que não tem nenhum”, apontou Wolgran.
Não foi informada a quantidade original de cada medicamento comprado, nem o valor que a secretaria de Saúde gastou.
Outro lado
O secretário de Saúde, Francisco Specian Júnior, foi procurado para explicar a acusação dos vereadores. Entretanto, a assessoria da prefeitura informou que ele está em Cuiabá e só retorna amanhã.
Conforme Só Notícias já informou, a primeira denúncia sobre medicamentos vencidos na secretaria foi feita pela vereadora Zeila Benevides (PSDB), em agosto, na época em que era suplente de Assunção. Ela relatou ter encontrado 9 mil frascos do antibiótico sulfametoxazol (usado para tratar infecções bacterianas), de um lote de 12 mil, comprado em agosto de 2012.
A denúncia motivou a abertura de uma CPI que foi instaurada há um mês, e já ouviu vários servidores que trabalham ou trabalharam no estoque da secretaria. Um inquérito civil no Ministério Público Estadual (MPE) também está em andamento.
