O adiamento das eleições municipais para 15 de novembro causado pela pandemia do Coronavírus jogou todos os prazos eleitorais para 42 dias adiante do que estava previsto inicialmente. As convenções partidárias, eventos dos mais importantes no processo e que definem os nomes dos candidatos e as coligações, só podem começar a partir do dia 31 e devem terminar até 16 de setembro. Tradicionalmente, as composições só são fechadas nos últimos minutos do dia decisivo mas em Sinop as negociações de bastidores já começaram a movimentar o cenário político e nove nomes despontam como pré-candidatos.
Uma candidatura natural, e dada como certa, é a da prefeita Rosana Martinelli (PL). Ela confia em seu trabalho realizado nos últimos quase quatro anos de mandato e pretende usá-lo como maior propaganda eleitoral. Embora não tenha oficializado a intenção de se reeleger, nos bastidores e entre as pessoas mais próximas demonstra confiança na vitória.
Na câmara alguns vereadores que, no passado estavam como aliados nos últimos meses, migraram para outros grupos. Billy Dal Bosco (DEM), Hedvaldo Costa (Republicanos) e o presidente Remídio Kuntz (Republicanos) deixaram o PL e demonstram que não caminharão novamente com Rosana, a menos que haja uma improvável composição majoritária.
O deputado Juarez Costa (MDB) confirmou que é pré-candidato. Antes aliados, Rosana era vice-prefeita de Juarez, agora os dois se distanciaram e tendem a ser adversários. Depois de se decepcionar com a falta de autonomia e de poder na Câmara dos Deputados, ele pretende retornar ao paço municipal e retomar a cadeira que ocupou por dois mandatos seguidos. Juarez busca atrair mais partidos para futura composição após sua sigla perder o vice-prefeito Gilson de Oliveira, os vereadores Joaninha, Ademir Debortoli e Lindomar Guida. As candidaturas de Juarez e de Rosana apresentam ideologia política mais ao centro e podem enfrentar três adversários ligados à direita, que pretendem usar o bolsonarismo como mote de campanha.
O empresário Roberto Dorner (Republicanos), que já foi suplente de deputado federal e que na eleição passada concorreu com Rosana e ficou a cerca de 3% da vitória, fez várias articulações e fortaleceu sua pré-candidatura e a tendência é fazer campanha atrelada aos pensamentos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
O empresário conseguiu ampliar seu grupo político migrando do PSD para o Republicanos (partido base para os dissidentes do PSL até a fundação do Aliança pelo Brasil) e trazendo consigo os vereadores Hedvaldo Costa, Ademir Debortoli, Lindomar Guida e o presidente, Remídio Kuntz. Dorner também já tentou atrair o empresário e pecuarista Dalton Martini (Patriota) para uma composição e chegou a oferecer a vaga de vice-prefeito na chapa.
O delegado Sérgio, que saiu do antigo PPS (atual Cidadania), um partido tradicionalmente de esquerda, para o PSL, que elegeu Bolsonaro em 2018. Fortalecido pelos 13.207 votos que obteve para deputado estadual na eleição passada (número superior a quatro deputados eleitos), ele já está com a pré-candidatura sendo divulgada nas redes sociais. Dentro do partido ele pode ter que disputar vaga com o vereador Ícaro Severo, que sonha em deixar o legislativo e ingressar no executivo.
Também ligado à direita está a pré-candidatura de Jorge Yanai, que saiu do MDB e ingressou no Podemos. O médico, que já foi deputado estadual e suplente de senador, faz uma pré-campanha mais discreta nas redes sociais e tem intensificado articulações para obter maior apoio e consolidar sua candidatura.
Pelo PSDB, o vereador Joacir Testa também sonha com uma candidatura. Ele chegou ao partido na janela passada buscando espaço para disputar a prefeitura e seu nome é trabalhado entre os tucanos. Mas a tendência é do PSDB compor e pleitear a vaga de vice.
Da esquerda, o nome que desponta é do diretor da Unemat Sinop, Roberto Arruda, que, conforme Só Notícias informou, teve a pré-candidatura aprovada na prévia do Partido dos Trabalhadores. O partido volta a se reposicionar e já foi representado na 1ª gestão de Juarez com o professor Aumeri Bampi como vice-prefeito.
É natural, e histórico, que os partidos lancem as pré-candidaturas e que recuem nas convenções, abrindo mão para compor as chapas. O pré-candidato a prefeito de hoje pode ser o candidato a vice-prefeito amanhã, reduzindo as opções no dia da votação.