O governador Pedro Taques (PSDB) voltou a rebater as acusações feitas pelo prefeito Juarez Costa (PMDB) que estaria por trás das investigações da operação Sorrelfa, deflagrada na quinta-feira (15) pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Estadual. Juarez foi um dos alvos principais da operação, que tem por objetivo investigar lavagem de dinheiro, corrupção e organização criminosa. Ao se defender, em pronunciamento, o prefeito acusou Taques e “um deputado federal” de tramarem a investigação com fins “eleitoreiros”.
Em visita a Sinop, no último sábado, Taques afirmou que o prefeito de Sinop “precisa parar de arrumar desculpas e explicar os mais de 150 processos em seu nome. Algumas pessoas entendem que Mato Grosso ainda está no período dos coronéis, como antigamente na política. Se o prefeito entende que eu, como governador, mando no poder judiciário, ele está me medindo pela régua dele. Além disso, todo promotor e juiz deste Estado foi desrespeitado com esta afirmação”.
O governador também comentou o relacionamento entre a prefeitura de Sinop e o governo estadual, em quase dois anos de mandato. “O prefeito foi convidado para ir ao palácio (Paiaguás, sede do Executivo estadual) e não foi. Das cinco vezes que estive em Sinop, não me encontrei com ele nenhuma vez. É um bom relacionamento”, ironizou.
Na semana passada, Taques já havia comentado as críticas feitas pelo prefeito de Sinop. “Imagine se eu tivesse esse poder de mandar no GAECO, mandar no Tribunal de Justiça !. A decisão é do Tribunal de Justiça !. Agora, eu tenho certeza que aquele que tem a polícia na porta da sua casa fica preocupado, né”, rebateu o governador na ocasião.
O secretário da Casa Civil, Paulo Taques, disse, em entrevista ao SBT Cuiabá, que a declaração de Juarez é "uma mentira e um crime. Ele atribuiu ao governador um crime. Então ele mesmo (prefeito) cometeu um crime e vai responder judicialmente por isso. Ele vai ter que provar o que falou".
Conforme Só Notícias já informou, policiais do Gaeco fizeram buscas na casa e no gabinete de Juarez na prefeitura. A Secretaria Municipal de Ação Social e um imóvel do prefeito em Balneário Camboriú (SC) também foram visitados pelos agentes.
Na casa de Juarez, vários policiais ficaram por mais de 4 horas fazendo buscas e apreenderam documentos (cujo teor não foi informado pelo Ministério Público), No pronunciamento onde se defendeu e alegou que não tem nada a temer, Juarez confirmou que é dono de um apartamento em Balneário, é proprietário de emissoras de rádio em Mato Grosso e declarou que possui um rendimento anual de aproximadamente R$ 1,5 milhão.
Foram cumpridos, no total, sete mandados de busca e apreensão em Sinop (embora o MP não confirme buscas também teriam sido feitas em um posto de combustíveis) e três em Santa Catarina. As ordens foram expedidas pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso. Além dos GAECOS dos dois Estados, a operação teve participação do Núcleo de Ações de Competência Originária formados por 9 promotores de justiça, 2 delegados de polícia, 35 policiais militares e civis.