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Silval recebia 70% da propina arrecadada, aponta ex-secretário estadual

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A revelação foi feita pelo ex-secretário de Estado de Administração, César Zílio (foto), esta tarde, na audiência de instrução e julgamento comandada pela juíza Selma Rosane Santos Arruda. Ele revelou que falsificou a assinatura do próprio pai, que já havia falecido, para efetuar a compra do terreno no valor de R$ 13 milhões. Também disse como era dividido o dinheiro da propina. "A propina era de R$ 500 mil, as vezes mais, e 70% ficava para o governador e outros 30% eram divididos para os demais integrantes".

"A cobrança de propina começou em fevereiro de 2011 e sob o meu gerenciamento perdurou até agosto de 2013", revela Zílio ao explicar que a administração sempre exigia propina em valores maiores e a empresa reclamava que ela não conseguia pagar tanta propina, pois não estava tendo lucro.

Ele lembrou de uma reunião com o Silvio Corrêa, ex-chefe de gabinete de Silval Barbosa, para tratar do assunto e o empresário mostrando planilhas o convenceu que os valores da propina não poderiam ser reajustados. "As propinas foram pagas, ora em cheques e ora em dinheiro. Esses cheques foram usados para pagar contas e um terreno adquiridos na avenida Beira Rio".

Ele explicou que o procurar Chico Lima emitia pareceres nos processos de interesse da organização. Marcel de Cursi foi qualificado por Zílio "como mentor intelectual, o homem que tinha expertise em finanças e que produzia e elaborava leis, decretos, portarias e resoluções para dar arcabouço legal, carenagem legal e todos os interesses da organização para captar valores para pagar despesas políticas e despesas pessoais".

O Silvio Cézar Corrêa, segundo Zílio, obedecia o governador incondicionalmente em todos os setores, fazia qualquer coisa que Silval Barbosa determinasse. Pedro Nadaf cuidava das questões técnicas administrativas junto aos demais secretários e às vezes cuidava de alguns coisas de interesse da quadrilha.

O coronel da Polícia Militar, José Jesus Cordeiro, seguia as ordens de Silval Barbosa envolvendo licitações. Ele não tinha ramificações com outros secretários, não obedecia aos demais secretários. "Nunca entreguei propina para essas pessoas, nem para o Sílvio. A propina do Silvio e do Silval era um rolo só, um balaio só. Ele que administrava”.

Ele revelou que não participava da divisão da propina entre os demais envolvidos. Zílio contou para a juíza que repassava em cheques e em dinheiro sempre no gabinete do então governador Silval, no final do expediente, no período noturno. Ele repassou todos os meses entre fevereiro de 2011 e agosto de 2013. Repassava em torno de R$ 300 mil e R$ 350 mil. "Eram vários cheques de terceiros em valores menores para facilitar as operações".

Com poucos detalhes, ele diz não saber qual era a participação da ex-assessora de Pedro Nadaf, Karla Cecília Cintra Oliveira, de Bruno Sampaio Saldanha, Tiago Vieira de Souza Dorileo e do ex-deputado estadual José Riva nas fraudes. "Depois que saí, fiquei sabendo que o Riva recebia uns cheques. Mas eu já não estava mais lá".

Zílio também revelou que quando assumiu a Secretaria de Estado de Administração (SAD), em 2011, foi procurado insistentemente pelo empresário Júlio Minori Tisuji. Foram várias tentativas de contato por parte de Minori até que Zílio o recebeu. O empresário revelou que tinha um contrato com o Estado para compensação previdenciária e gostaria de continuar prestando os serviços apesar de saber que tinham outras empresas interessadas. “Eu quero te dizer que já ajudo essas pessoas dessa secretaria”, disse Júlio Minori para Zílio confessando que já participava de um esquema de pagamento de propina com uma compensação financeira de 15% no governo anterior e sugeriu que poderia passar a pagar R$ 20% de retorno. “Ele [empresário] pagou as propinas em cheques e em dinheiro sempre pra mim, nunca fez pagamentos em nome de terceiros”, revela Zílio.

O réu e delator do esquema, César Zílio, também revelou que no gabinete de Silval Barbosa existia um banheiro com um guarda-roupas oculto, local onde era utilizado por Silval para guardar documentos sobre o contrato da empresa Consignum, do empresário Willians Paulo Mischur, o maior pagar de propina no esquema. Alguns valores de propina também eram depositados no local temporariamente.

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