O governador Silval Barbosa (PMDB) tratou de agir como bombeiro e colocar panos quentes em uma suposta crise criada por considerações do secretário-chefe da Casa Civil, José Lacerda, de que o entendimento em torno das emendas parlamentares não seria cumprido diante das dificuldades de caixa do Tesouro Estadual.
Desde o início deste ano, a área econômica do governo do Estado vende a tese de que a crise econômica teria afetado de forma substancial as finanças públicas, ao ponto de exigir uma economia de 10% ou R$ 1 bilhão do Orçamento Geral do Estado que neste ano totaliza R$ 13 bilhões.
No encontro, com o Partido da República ontem pela manhã no Palácio Paiaguás, o chefe do Executivo teria reparado as colocações de seu auxiliar, garantindo o cumprimento dos acordos que foram de R$ 2 milhões em emendas para cada parlamentar, sob alegação de que eles conhecem mais profundamente os problemas dos municípios e as pequenas obras que demandam mais dificuldades de serem realizadas pelo Estado diante das obras intervenções necessárias e de responsabilidade do Executivo.
"Ele nos comunicou que estava tudo em ordem", disse um deputado da base aliada, após conversar com o governador Silval Barbosa, e demonstrando estar preocupado com as especulações e a possibilidade de não se cumprir a liberação dos recursos previstos nas emendas parlamentares apresentadas à Lei Orçamentária Anual de 2012 e que somaram R$ 48 milhões.
Desde 2008, o Estado tem encontrado dificuldades em cumprir na totalidade com a liberação das emendas parlamentares. Tanto é verdade que o hoje prefeito de Cuiabá, Chico Galindo (PTB), em 2008 como deputado estadual no ano de sua eleição como vice de Wilson Santos (PSDB), então candidato à reeleição, já reclamava a liberação de mais de R$ 20 milhões em emendas destinadas pelos deputados estaduais para ajudar a capital do Estado mas que não chegavam ao destino final. Até hoje não se teria notícias da liberação dos recursos por parte do governo do Estado, que por outro lado teria prometido compensações a Cuiabá.
O certo mesmo é que a sinalização positiva do governador em cumprir com as emendas estabelecidas, de certa forma restaurou o clima de boa convivência que havia com o Parlamento Estadual, que vive problemas de relação com o Executivo por causa do não cumprimento dos acordos políticos estabelecidos. Tanto é que recentemente, na sessão de abertura do ano legislativo, o presidente da Casa, José Riva (PSD), confirmou em plenário que seu partido estaria naquele momento entregando todos os cargos ocupados no Executivo estadual para que o governador pudesse promover as alterações que se mostram necessárias.
As emendas podem representar o início da retomada dos entendimentos entre o Executivo e o Legislativo estadual que convivem bem desde 2003 quando Blairo Maggi chegou ao governo.
