A empresa que venceu a licitação para administrar a BR-163, entre Sinop e a divisa com Mato Grosso do Sul, também é citada na delação premiada do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), por suposta propina de R$ 1 milhão, que teria sido paga em 2010. Ele contou, em depoimento que foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal, que diretores da Odebrecht lhe procuraram, no Palácio Paiaguás, e manifestaram que disputariam o edital de concessão da rodovia, pretendiam conhecer o potencial de Mato Grosso e o então governador detalhou a força econômica de cada região.
Silval afirma que após a Odebrecht vencer a licitação, feita pelo governo federal, diretores lhe apresentaram o projeto de obras e melhorias na 163 e na BR-364 e, posteriormente, pediram ajuda para que o "órgão ambiental estadual desse uma atenção especial na licença ambiental necessária para executar o projeto", pois o governo federal havia delegado para o Estado as soluções ambientais da obra. Foi um pedido de ajuda para facilitar a obtenção das licenças.
O ex-governador afirmou que, posteriormente, pediu para o diretor da Odebrecht, Alexandre Barradas, R$ 1 milhão de propina, "não se recordando como essa entrega ocorreu. Contudo, afirma que a referida doação não foi contabilizada". A delação ocorreu no último dia 22 de maio, quando Silval depôs na Polícia Federal.
A empresa também é uma das principais investigadas na operação Lava Jato com inúmeros casos de corrupção envolvendo dezenas de políticos de vários Estados.
Outro lado
Em nota ao Só Notícias, a "Concessionária Rota do Oeste esclarece que o lançamento oficial do 3º lote do Programa de Investimento em Logística, do qual a concessão da BR-163 fez parte, aconteceu em 18 de outubro de 2013 e o leilão, cerca de um mês depois. A Rota do Oeste só veio a ser concebida em 2014, portanto após os fatos relatados. A Concessionária Rota do Oeste nunca esteve entre as investigadas no âmbito da Operação Lava Jato ou Sodoma".
(Atualizada às 11:47h em 5/9)