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Silval e Patio tem reunião tensa sobre problemas na saúde

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A reunião entre o prefeito Zé Carlos do Pátio (PMDB), o vice-governador Silval Barbosa (PMDB) e a cúpula da saúde do Município e do Estado, ontem, no gabinete do prefeito, foi marcada por muita tensão e em alguns momentos houve bate-boca e discussões mais ríspidas. Porém, ao final do encontro, ficou claro que há uma intenção de acordo entre os dois lados.

O prefeito Zé Carlos do Pátio apresentou ao vice-governador e ao secretário estadual de Saúde, Augustinho Moro, uma pauta com 16 itens. Entre os pedidos de Pátio estão recursos para a reforma e adequação do Hospital Municipal que, segundo o prefeito, é um caso de “urgência urgentíssima” e a mudança da direção do Consórcio Intermunicipal de Saúde. O prefeito deixou claro que os repasses que não estão sendo feitos ao consórcio é uma decisão política do município. “Precisamos ter uma pessoa nossa lá dentro, precisamos saber como é aplicado o dinheiro que nós investimos lá”, argumentou Pátio.

Augustinho Moro explicou que esta situação não caberia a ele resolver. “Neste caso, cabe ao prefeito se reunir com o consórcio e ver o que pode ser feito, só acho que é importante o município continuar com o consórcio”, alertou.

O vice-governador Silval Barbosa enfatizou que pode atuar junto a Brasília para tentar viabilizar os recursos para o Hospital Municipal, a obra teria um custo de R$ 2,8 milhões. Barbosa disse que não descarta tentar uma audiência com o ministro da Saúde, José Gomes Temporão. Ele ainda destacou que com a escolha da capital do Estado como sede da Copa Mundo de 2014, são grandes as possibilidades do Estado entrar com mais investimentos em vários setores. “Rondonópolis é uma cidade pólo que, sem dúvida, deve ser beneficiada pela escolha e por isso eu acho que virão investimentos”.

O deputado federal Wellington Fagundes afirmou que colocou emendas para o Hospital Regional e, caso não haja impedimento legal, poderia transferir essas emendas para o Hospital Municipal.

Pátio, em outra parte de sua fala, disse ainda que está em fase de desapropriação o terreno para o Hospital Municipal. O prefeito explicou que o terreno está avaliado em R$ 500 mil.

O deputado Hermínio Barreto alerta para a necessidade de união em prol da saúde pública. “Quem vai ter a vitória é a população de Rondonópolis”, afirma. Sebastião Rezende que também integra a bancada da região na Assembléia Legislativa reforça a tese de que é necessária a união de todos em prol de Rondonópolis e da saúde pública que é considerada uma questão delicada. O chefe de gabinete do Palácio Paiaguás, José Márcio Guedes, trouxe a mensagem do governador Blairo Maggi que se coloca à disposição do município.

O presidente da Câmara de Vereadores e diretor da Santa Casa, Hélio Pichioni, considera importante que Rondonópolis continue participando do consórcio e afirma que está aberto para fazer gestão compartilhada com a prefeitura, com representante do Executivo dentro do hospital para fazer a gestão dos recursos públicos.

O deputado federal Wellington Fagundes avalia que a solução do problema na área de saúde pública depende da evolução da maturidade política e da conversa para definir a parceria no setor.

O encontro contou com a presença da bancada estadual do município representada pelos deputados Jota Barreto (PR), Percival Muniz (PPS), Sebastião Machado Rezende (PR) e o parlamentar federal Wellington Fagundes (PR), além do chefe de gabinete do governador Zé Márcio Guedes e os vereadores Ananias Filho (PR), Mohamed Zaher (PR), Milton Mutum (PR), Olímpio Alvis (PR), Hélio Pichioni (PR), Lourisvaldo de Oliveira (PMDB), Manoel da Silva Neto (PMDB), Mariuva Valentim Chaves (PMDB) e Adonias Fernandes (PMDB).

TENSÃO

A reunião ficou tensa em vários momentos. Em um deles, o prefeito declarou que a Santa Casa não estaria atendendo a meta de atendimentos. O provedor da Santa Casa, Hélio Pichioni, por outro lado, se defendeu. Disse que o hospital opera dentro da capacidade de atendimento dele. As discussões foram tão ríspidas que o vice-governador Silval Barbosa teve que intervir e pedir ordem. Ele chegou até a tocar uma campainha para pedir silêncio em um dos momentos da audiência.
Pauta de reivindicações

A expectativa do prefeito José Carlos do Pátio é contar com o apoio do Governo do Estado no projeto de reestruturar a Rede Básica de Saúde. O interesse de firmar parceria levou o secretário de Saúde, Valdecir Feltrin, a apresentar uma pauta de reivindicação ao vice-governador Silval Barbosa, durante a reunião na manhã de ontem. A pauta com 16 itens busca ajuda estadual para aquisição de equipamentos odontológicos (20 consultórios completos), no valor de R$ 500 mil.

O secretário solicita a alteração no quadro administrativo do Consórcio Regional de Saúde Sul de Mato Grosso. A expectativa é que o consórcio se torne imparcial, técnico, cooperativo, e transparente, com relação à Secretaria. Feltrin classifica a medida como a única capaz de manter o município no consórcio.

Ele pede também a celeridade do processo de desapropriação do terreno anexo à Clínica de Nefrologia, para fazer a ampliação da unidade. Outra reivindicação é a participação financeira do Estado para a reforma e ampliação do Pronto Atendimento Municipal (PA), para implantação e efetivação do Projeto UPA. O investimento previsto é no valor de R$ 900 mil. O Estado deve financiar ainda a construção do Hospital Municipal. O orçamento é de R$ 2,8 milhões.

O investimento de R$ 1 milhão é para construir e equipar dez unidades do Programa de Saúde da Família (PSF), em regiões sem cobertura. Feltrin reivindica maior agilidade no repasse dos quites laboratoriais da dengue, além de manter o veículo/caminhonete Ranger à disposição do Programa de Combate a Dengue.

Outro interesse é contar com aporte de contrapartida do Estado nos investimentos feitos pelo município nas ações de combate à leishmaniose visceral. O município espera aportar R$ 1.750.000,00 para contratação de pessoal que vai atuar no controle químico e na limpeza, além de aluguel de veículos para retirada de entulho.

Entre as reivindicações está a agilização de exames confirmatórios de DST/Aids e a hepatite, por exemplo. Os resultados demoram em média dois meses. Feltrin aponta como prioridade também a implantação do Pronto Atendimento do Centro de Atenção Psicossocial (Caps 3) para urgência.

A pauta inclui ainda a implantação do Banco de Leite Materno; reaparelhamento do serviço de atendimento às mulheres, adolescentes e crianças vítimas de violência sexual; implantação do Centro de Referência do Idoso e Centro de Referência Regional em Saúde do Trabalhador (Cerest) e a devolução de parte do Teto Financeiro Municipal repassado ao Hospital Regional (HR), para fazer os procedimentos que o hospital deixou de realizar.

 

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