A Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz) deflagrou, esta manhã, a 4ª fase da operação Sodoma, que investiga crimes de corrupção praticados contra uma organização criminosa no Estado de Mato Grosso. O ex-governador Silval Barbosa, preso no Centro de Custódia de Cuiabá, teve novamente um prisão preventiva cumprida, além Marcel de Cursi, Arnaldo Alves, Silvio César Correia Araújo e Valdir Piran. De acordo com a polícia, Arnaldo e Piran foram presos em Brasília.
Para prestarem interrogatórios foram conduzidos coercitivamente Valdir Piran Junior, Eronir Alexandre, Marcelo Malouf, José Mikael Malouf, Willian Soares Teixeira, além do cumprimento de buscas e apreensão em residências e empresas dos investigados. Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, procurador de Estado aposentado, foi preso por mandado preventiva no Rio de Janeiro (RJ), por policiais da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco).
De acordo com informações da assessoria de imprensa da Polícia Civil, o foco desta nova fase é o desvio de dinheiro público realizado através de uma das três desapropriações milionárias pagas pelo governo Silval Barbosa, em 2014. Os trabalhos de investigações iniciaram há mais de um ano. As diligências realizadas evidenciaram que o pagamento da desapropriação do imóvel conhecido por Jardim Liberdade, localizado nas imediações do bairro Osmar Cabral, na capital, no valor total de R$ 31,7 milhões à uma empresa imobiliária, proprietária do imóvel, se deu pelo propósito específico de desviar dinheiro público do Estado de Mato Grosso em benefício da organização criminosa liderada pelo ex-governador.
Ficou comprovado na investigação que participaram dessa fraude além de Silval Barbosa, Pedro Jamil Nadaf (ex-secretário-chefe da Casa Civil), Francisco Gomes de Andrade Lima Filho (procurador de Estado aposentado), Marcel de Cursi (ex-secretário de Fazenda), Arnaldo Alves De Souza Neto (ex-secretário de Planejamento), Afonso Dalberto (ex-presidente do Intermat), além do proprietário do imóvel, Antônio Rodrigues Carvalho, seu advogado Levi Machado, o operador financeiro do grupo Filinto Muller e os empresários Valdir Piran e Valdir Piran Junior, pai e filho.
De todo o valor pago pelo Estado pela desapropriação, o correspondente a 50%, ou seja, R$ 15,8 milhões retornaram via empresa de organização de eventos, de Propriedade de Filinto Muller em prol do grupo criminoso.
De acordo com a investigação, a maior parte do dinheiro desviado, no montante de R$ 10 milhões, pertencia a Silval Barbosa, ao passo que o remanescente foi dividido entre os demais participantes, no caso os ex-secretários, Pedro Nadaf, Marcel de Cursi, Arnaldo Alves de Souza Neto, Afonso Dalberto e o procurador aposentado Chico Lima.
Além de diversas colaborações premiadas, confissões e análise documental ocorridas durante a investigação que auxiliaram desvendar todo o ‘modus operandi’ do esquema milionário de desvio de dinheiro público, a prova material obtida através dos afastamentos de sigilos bancários e fiscal corroboraram a participação de todos os envolvidos, não deixando quaisquer dúvidas quanto às suas respectivas atuações em mais esse enorme esquema criminoso que sangrou os cofres públicos do Estado de Mato Grosso.
Toda a operação conta com suporte da Secretaria de Estado de Segurança Pública de Mato Grosso e da Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro. Para a operação foram mobilizados 80 policiais civis (delegados, investigadores e escrivães).
As informações são da assessoria de imprensa da Polícia Civil.
Silval não deve prestar novo depoimento hoje nesta fase da operação.
(Arnado e Valdir Piran sendo conduzidos – atualizada às 15:01h)
(Fotos: assessoria)