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Serys e Tetê Bezerra aparecem em nova lista do caso sanguessuga

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Os documentos e arquivos digitais apreendidos pela Polícia Federal e pelo Ministério Público durante a “Operação Sanguessuga” envolvem mais dois parlamentares de Mato Grosso: a deputada federal Tetê Bezerra, esposa do ex-senador Carlos Bezerra, presidente do PMDB no Estado; e a senadora Serys Slhessarenko, do Partido dos Trabalhadores. Os deputados Ricarte de Freitas (PTB) e Wellington Fagundes (PL) já estão sendo investigados no esquema de venda de ambulâncias superfaturadas que não estavam na lista sob análise da Corregedoria da Câmara dos Deputados.

Além de agendas, projetos e farta documentação que reforçam as evidências de fraudes nas licitações, a PF apreendeu, nos computadores da Planam, todo o controle de gastos da empresa dos últimos quatro anos. Trata-se do livro-caixa do empresário Darci Vedoin, no qual constam os registros de pagamentos a parlamentares e assessores de deputados, com data e valor, se pagos em dinheiro ou cheque e, em vários casos, com número de conta corrente e do cheque.

O nome da senadora Serys, que é pré-candidata ao Governo de Mato Grosso, aparece em registro de 2001, quando ela ainda não era senadora. A Polícia Federal conseguiu chegar ao livro-caixa e ao relatório a partir dos arquivos dos computadores da máfia apreendidos há duas semanas. Há também parlamentares citados na lista encaminhada à Procuradoria-Geral da República, mas ainda fora das investigações da Câmara por falta de indícios mais fortes, como Pedro Henry e Lino Rossi (ambos do PP de Mato Grosso).

Os valores registrados vão de R$ 5 mil a R$ 50 mil. Há ainda pagamentos destinados a assessores de parlamentares. Além do livro-caixa, a PF apreendeu também os arquivos de acompanhamento de emendas para compra de ambulâncias. Trata-se de um arquivo digital no qual as emendas, identificadas pela prefeitura beneficiada, estão agrupadas sob o nome do deputado-padrinho. Esse arquivo traz o nome de dezenas de parlamentares e ex-parlamentares, mas não é considerado evidência de envolvimento direto no esquema.

Na listagem das despesas da Planam constam nomes também dos deputados Iris Simões (PTB-PR), Almerinda Carvalho (PMDB-RJ) e João Caldas (PL-AL). A documentação também compromete ainda mais parlamentares já seriamente envolvidos nas conversas telefônicas gravadas pela PF, como Nilton Capixaba (PTB-RO), Paulo Baltazar (PSB-RJ) e Benedito Dias (PP-AP). Há ainda o registro de pagamentos feitos a ex-parlamentares, como Cabo Júlio (PMDB-MG) e Laire Rosado, marido da atual Sandra Rosado (PSB-RN).

Parte do material apreendido foi entregue, sob sigilo, pelo delegado responsável pelo caso, Tardelli Boaventura, à Comissão de Sindicância da Câmara. “São dados extremamente importantes. Eles nos criaram um teor profundo de angústia e devem ser analisados com muito cuidado”, disse Robson Tuma (PFL-SP). Tuma e o corregedor da Câmara, Ciro Nogueira (PP-PI) se recusaram a revelar nomes.

O deputado federal Pedro Henry, que teve seu nome envolvido no esquema do mensalão, informou que aguardaria novos dados para se pronunciar. Íris Simões, Nilton Capixaba e Paulo Baltazar foram procurados, mas não deram resposta. Tetê Bezerra, Almerinda Carvalho e João Caldas não foram encontrados. Lino Rossi está afastado do cargo, mas deverá se pronunciar.

Leia também:
Serys reage com ‘perplexidade e indignação’ por seu nome ter sido citado na Sanguessuga
Carlos e Teté Bezerra divulgam nota rebatendo citações no caso Sanguessuga

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