Auditores e técnicos da Controladoria Geral da União em Mato Grosso realizaram, esta manhã, um ato em frente à sede do órgão, em Cuiabá, contra a possível nomeação de Osmar Serraglio para chefiar a CGU. Servidores do órgão em Brasília também realizam um protesto, durante todo o dia de hoje, na capital federal. A nomeação de Osmar Serraglio foi comunicada ontem por veículos de imprensa.
Em nota divulgada no domingo, a Unacon Sindical, que representa os servidores da Controladoria, salienta que o cargo de ministro de Estado deve ser ocupado por cidadão com reputação ilibada, sobre quem não paire quaisquer suspeitas. “Esse requisito adquire especial relevância em se tratando de uma pasta como a CGU, que tem por missão institucional a fiscalização de recursos públicos”, diz trecho da nota.
A Unacon Sindical destaca que a atuação de Serraglio na Câmara dos Deputados, onde foi um dos defensores do ex-deputado Eduardo Cunha e seu envolvimento em casos investigados na operação Carne Fraca, da Polícia Federal, o descredenciam para o cargo. “Não é aceitável que um órgão com responsabilidades no âmbito da prevenção e do combate à corrupção tenha como dirigente máximo um ministro sob suspeita”.
Na nota, que foi encaminhada ao Ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, os servidores reiteram que não aceitarão nomeação de pessoas que não se enquadrem no perfil necessário para ocupar o cargo. “A CGU é um órgão de grande relevância e para o qual a população espera uma atuação de caráter técnico, eficiente e sem ingerência política. Repudiaremos sempre, e com veemência, qualquer tentativa de desviar o órgão do cumprimento de sua missão institucional”.
Nos últimos anos a CGU sofreu diversos ataques, como o esvaziamento de seus quadros e o corte de orçamento. Há exatamente um ano, os servidores do órgão lutaram pelo afastamento do então ministro Fabiano Silveira, depois que ele foi gravado em conversas com ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, articulando contra a Operação Lava Jato.
O ato desta segunda-feira marca nova fase da luta em defesa da CGU. A expectativa é que a pressão seja ainda maior do que a realizada no ano passado. De acordo com Ícaro Fernandes, presidente do Sindicato dos Auditores e Técnicos de Finanças e Controle (Unacon Regional Mato Grosso), o protesto iniciado hoje não tem data para terminar.