O arranjo institucional envolvendo Brasil, China e Peru a respeito da ferrovia Transoceânica, com previsão de formar um corredor de escoamento entre os oceanos Atlântico e Pacífico, com expectativa de terminal em Lucas do Rio Verde, foi levantada pelo senador Acir Gurgacz (PDT-RO), no Congresso. Ele destacou as diferenças nas legislações e também os investimentos necessários e articulações para que os trilhos saiam do papel.
O senador destacou que a discussão é necessária para saber qual caminho será tomado para que empresas dos três países participem do edital e também do leilão. “Sabemos das diferenças das legislações brasileira, china e peruana. Nosso papel é tirar essas diferenças e fazer com que chegue aqui no país os investimento”, afirmou, ao também defender uma frente parlamentar para o assunto, visando “discutir o papel estratégico da ferrovia, criando uma alternativa de escoamento, garantir aporte suficiente de recursos para estudos, licenciamentos e projetos, verificar necessidade de adequar legislação específica”.
Ele ainda reforçou que a ferrovia proporcionará mais competividade aos produtos nacionais. “Todos nós sabemos que ao criar uma rota alternativa para exportação, estamos competido com rotas já consolidadas, que farão de tudo para demonstrar que são mais vantajosas do que a que estamos tentando implantar nesse momento. Por isso precisamos levantar elementos técnicos, econômicos e sociais, políticos e jurídicos para demonstrar que essa ferrovia não será apenas boa para Rondônia, Acre, Mato Grosso, mas sim todo o Brasil, América Latina e nossa inserção de forma mais competitiva no mercado internacional”.
O governo ainda não se manifestou sobre os moldes técnicos, já que o estudo da ferrovia está em andamento por meio de parceria com o governo da China. Ela partiria do Peru, passando pelo Acre, Rondônia, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Rio de Janeiro, em mais de 4 mil quilômetros. São estimados pelo menos R$ 30 bilhões em investimentos para agilizar o escoamento da produção agrícola, principalmente a mato-grossense.
Essa ferrovia já chamou atenção também de investidores indianos, que recentemente visitaram Rondônia, por onde devem seguir o trilhos saindo de terras mato-grossenses. Eles vem trabalhando com a construção de um laço comercial com o Brasil, na produção agrícola de produtos como soja, milho, cacau, café e madeira do tipo teca. É prevista a concessão por 30 anos.