Crítico do governo Dilma Rousseff (PT) desde que assumiu uma cadeira no Senado Federal em janeiro deste ano, o senador mato-grossense, José Medeiros (PPS), defende a saída da presidente “para o bem do país”. Para Medeiros, que não hesita em responder que vota favorável em qualquer processo de cassação do mandato da petista, ela não tem mais condições de continuar no comando do Brasil e nem de aprovar as medidas que visam aumentar a arrecadação de impostos na tentativa de reduzir o rombo nas contas públicas do país que podem superar a marca de R$ 110 bilhões em 2015.
“Se vai ser por impeachment ou não, a gente não sabe ainda, mas o certo é que a presidente Dilma para o bem do país, ela precisa sair, porque ela perdeu a governabilidade. Ela já reúne todos os quesitos pelos quais os governos caem que é uma economia em frangalhos, ela perdeu a base popular, perdeu as ruas e perdeu também a base no congresso. Então agora é uma questão de tempo. Não é se a presidente sai, é quando ela sai. Agora, precisa, obviamente os partidos, a classe política, saírem desse impasse de ficar discutindo impeachment ou não impeachment e partir pra ação”, disse Medeiros em entrevista ao Gazeta Digital. Ouça a entrevista.
Medeiros tambem critica a forma que Dilma conduz seu governo, ouvindo e realizando pedidos ou indicações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ainda a condição de “refém” que ela vive nas mãos do PMDB. “A presidente Dilma é hoje uma rainha da Inglaterra com menos poderes, parte do poder está com o ex-presidente Lula e outra parte está com o PMDB e não foi pra esse tipo de governo que a população a elegeu e com certeza por isso ela cai”, enfatiza o senador.
Sobre os projetos enviados pela presidente à Câmara dos Deputados para tentar aumentar a arrecadação de impostos e que depende de negociação política com partidos da base aliada e até com a oposição, Medeiros acredita que a petista não sairá vitoriosa. “Ela não tem estatuta política pra isso. São necessários os ajustes e pra isso precisa de um governo com estatuta, que coloque alguma coisa na mesa pra negociar. Ela está pondo grandes pedidos para os brasileiros, mas não está dando a contrapartida, não dando nada em troca. Então, ela não tem a mínima condição de aprovar a prorrogação da DRU, da desvinculação das receitas da União e muito menos da CPMF”, diz Medeiros.
José Medeiros antecipa que votará contra o projeto que tenta trazer de volta o imposto da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Questionado sobre a situação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), também envolvido em escândalos de corrupção e já denunciado pela Procuradoria Geral da República por envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras, investigado pela Operação Lava Jato, o senador respondeu com a seguinte metáfora: “Eu sou daquela opinião nordestina: quem for podre que se quebre. Eu penso que nós temos que passar esse país limpo”.