O senador Wellington Fagundes (PL) expressou ao novo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, profunda preocupação com os impactos do escândalo sobre os aposentados, destacando que os idosos estão “angustiados por soluções” e cobrou explicações sobre como será feito o ressarcimento dos valores desviados. Ele criticou a possibilidade dos próprios recursos dos beneficiários sejam usados para reparar os prejuízos causados pelas fraudes. O ministro foi ao Senado prestar esclarecimentos sobre o escândalo de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que envolveu descontos não autorizados nos benefícios de aposentados e pensionistas. A audiência, ontem, foi marcada por debates acalorados entre o ministro e senadores da oposição.
“Se temos o INSS quebrado, a Previdência do Brasil não tem mais condições de honrar. E aí, quem vai devolver esse dinheiro? Até agora o que a gente ouviu é que o próprio INSS vai devolver. É isso? O dinheiro dos aposentados é que vai ser usado para devolver a falcatrua, o roubo?”, questionou o senador.
O ministro da Previdência afirmou que a primeira devolução não saiu dos cofres do INSS, mas sim de valores que haviam sido descontados dos próprios aposentados no mês de abril e que ainda não tinham sido repassados às entidades suspeitas. Segundo ele, esses valores foram retidos e redirecionados de volta aos beneficiários, configurando a devolução do que sequer havia sido transferido.
“Essa primeira devolução que foi feita, de R$ 260 milhões, foram os descontos realizados no mês de abril. […] Então esse não é dinheiro do INSS, é um dinheiro que foi descontado dos aposentados e
que está voltando para os aposentados”, disse Wolney. “A prioridade absoluta vai ser que os fraudadores banquem o ressarcimento dos aposentados. Mas, em último caso, o governo vai procurar uma forma de custear essas despesas, porque o presidente Lula disse que nenhum aposentado ficará no prejuízo”, acrescentou.
Wellington reforçou que o ressarcimento aos aposentados não pode, em hipótese alguma, recair sobre os próprios beneficiários. “Os velhinhos e as velhinhas deste país não podem pagar pela irresponsabilidade e pelo roubo de quem se aproveitou da fragilidade de um sistema. Vamos cobrar até o fim que os culpados sejam punidos e que o dinheiro volte para quem é de direito”, ressaltou.
Receba em seu WhatsApp informações publicadas em Só Notícias. Clique aqui.