O senador Jorge Yanai criticou, hoje, o governo federal, durante a audiência pública conjunta da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária e da de Serviços de Infraestrutura, no Senado, a logística deficiente do Brasil e, em especial, de Mato Grosso: "O maior produtor de grãos e o que tem a pior logística; não vejo alternativas para o escoamento da produção matogrossense" no futuro", criticou o senador. Para escoar as safras de grãos, carne e madeira, carretas e caminhões percorrem mais de 1,5 mil kilômetros até portos em São Paulo e Paraná. Porém, até 2011, o governo promete concluir a BR-163 (divisa de Mato Grosso até Santarém-PA) proporcionando a produção do Nortão matogrossense ser escoada percorrendo em torno de mil kilômetros.
Fabrízio Pierdomenico, secretário de Planejamento e Desenvolvimento Portuário da Secretaria Especial de Portos, Giovanni Paiva (superintendente de Portos da Agência Nacional de Transportes Aquaviários – ANTAQ) e Matheus Miller (Secretário Executivo da Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegários – ABTRA) participaram da audiência e responderam alguns questionanentos dos senadores.
Yanai cobrou planejamento e ações imediatas do govenro para os transportes intermodais: "o Brasil precisa das rodovias e das ferrovias, mas fico indignado com o fato de um país que tem tantos rios não investir em hidrovias. Toda discussão é válida quando serve para que se avance na questão, independente do partido político que a defenda. Gostaria que saíssemos dessa reunião com conclusões significativas, pois, do contrário, se não aproveitarmos nada, os portos do país continuarão como estão", disparou.
A reunião foi convocada com o objetivo de analisar e debater os impactos provocados no setor portuário como resultado da publicação do Decreto 6.620/2008 e sua imediata aplicação, bem como da Resolução ANTAQ especialmente quanto à inibição de investimentos privados na construção de terminais portuários privativos destinados à movimentação de cargas próprias e de terceiros, e o reflexo dessa inibição no agravamento do "apagão portuário", já previsto pelo Tribunal de Contas da União (TCU).