Os controladores de vôo que trabalhavam em 29 de setembro, dia do acidente entre o Boeing da Gol e o jato Legacy, serão convidados a depor na próxima semana na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado, segundo o presidente da comissão, senador Leomar Quintanilha (PCdoB-TO).
Quintanilha, que faz a relatoria das investigações sobre a eficiência dos serviços de controle do espaço aéreo nacional, disse que o convite será feito no máximo até amanhã (6) e será extensivo aos militares que comandam o centro de controle Cindacta 1.
“Na semana passada, numa audiência conjunta entre as comissões de Meio Ambiente, de Infraestrutura e de Defesa Nacional, o ministro da Defesa [Waldir Pires] e os representantes do Comando da Aeronáutica negaram a existência de um ‘buraco negro’ em nosso espaço aéreo. O que queremos saber é se, afinal, existe ou não, e se nossos equipamentos de controle estão ou não obsoletos”, afirmou o senador.
Ontem, Waldir Pires voltou a dizer que acredita na posição da Aeronáutica, de que não existe ponto cego na Amazônia, mas reconheceu que é preciso investigar. Denúncias feitas à imprensa por controladores de tráfego aéreo levantam a questão de que, entre Brasília e Manaus, haveria uma grande área que não é coberta pelos centros de controle localizados nessas cidades.
Leomar Quintanilha ressaltou que este caso representa tanto a defesa do consumidor quanto a necessidade de fiscalização e controle de ações dos órgãos responsáveis pela situação do tráfego aéreo nacional. Desde o acidente de setembro, que causou a morte de 154 pessoas, tornou-se praticamente diário o atraso de pousos e decolagens de vôos comerciais nos aeroportos brasileiros, destacou o parlamentar.