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Senador de MT diz que paralisação dos caminhoneiros serve para refletir sistema de transporte

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O senador José Medeiros (PPS) disse acreditar que a greve dos caminhoneiros pode servir para que o país reflita sobre outros modelos de transportes para escoamento da produção de grãos. “Estamos com essa crise que nos traz oportunidade de refletir sobre o nosso sistema de transportes, sobre toda essa relação com a nossa infraestrutura. Somos um país dependente do setor de commodities, vivemos, praticamente, da exportação dessas commodities, mas precisamos ter corredores para isso”, destacou, hoje, em pronunciamento no Senado.

Para ele, uma das possíveis soluções para o problema logístico brasileiro é a conclusão das obras da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (FICO), que ligará todo o norte do estado de Mato Grosso até a Ferrovia Norte-Sul. “Seria um novo corredor muito importante para o estado, porque, hoje, depende-se basicamente da BR-364 e da BR-163. A nossa preocupação tem sido, desde que chegamos a esta Casa, justamente lutar e cobrar do governo soluções para que a nossa infraestrutura melhore”, frisou.

O senador afirmou que a ferrovia vai beneficiar diretamente os municípios de Cocalinho, Nova Nazaré, Água Boa, Canarana, Gaúcha do Norte, Paranatinga, Nova Ubiratã, Lucas do Rio Verde, Nova Maringá, Brasnorte, Sapezal, Campos de Júlio e Comodoro. “O objetivo é que ela continue rumo a Rondônia e Acre, e que possamos, dentro em breve, ter a Ferrovia Transcontinental e ter uma saída para o Pacífico”.

Medeiros, durante o discurso, registrou audiência que teve na última semana com o presidente-interino da Valec – Engenharia, Construções e Ferrovias S/A, Bento José de Lima, e o diretor-executivo do Movimento Pró-Logística de Mato Grosso, Edeon Vaz Ferreira, “justamente para cobrar agilidade nessa nova ferrovia”.

Ele afirmou que ficou bastante entusiasmado com o encontro na Valec, já que ouviu do presidente da estatal a proposta de um novo modelo de concessões, onde é possível a concorrência e o barateamento dos fretes. “O modelo atual é muito ruim e cito o exemplo de Rondonópolis, no Mato Grosso, onde temos a Ferronorte, em que o preço da tonelada transportada pelos vagões de trem é, basicamente, o mesmo preço da tonelada transportada pelo caminhão”.

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