
A questão das obras inacabadas e a solução para enfrentar o problema foi debatida com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), durante sessão plenária que tratou da criação de uma comissão especial temporária para acompanhar, fiscalizar e propor soluções para as milhares de obras públicas inacabadas em todo o país. “Uma obra inacabada causa muito prejuízo à população e serve apenas para gerar gastos para mantê-las”.
Na ação para ‘estancar’ as obras inacabadas, Fagundes destacou no relatório da LDO que para o ano de 2017, todas as obras com valor acima de R$ 50 milhões deverão ter, obrigatoriamente, projeto executivo e Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica. Muitas obras grandiosas são lançadas apenas com projeto básico”.
Sem planejamento, esse fato, segundo ele, explica o porquê um empreendimento começa orçado, por exemplo, em R$ 10 milhões e termina em R$ 50 milhões, com implementação de dezenas de aditivos ao longo do tempo. “Fala-se muito no Brasil que temos problemas de escassez de recursos. Mas, na verdade, temos falta de planejamento, falta de projetos eficientes”.
Na conversa com o presidente do Senado, Wellington Fagundes observou, que o problema das obras inacabadas recebeu um capítulo inteiro em seu substitutivo ao projeto de LDO encaminhado pelo Governo. Ele enfatizou que o Governo não tem um relatório especificando obra por obra. Segundo o relator da LDO, o número de 20 mil obras paralisadas é apenas uma aproximação.
“Em um país que não tem dinheiro para fazer investimento em infraestrutura, deparar-se com esse ‘cemitério de obras inacabadas’ é uma inversão muito grande de prioridades, um desperdício muito grande” – frisou o presidente do Senado. A proposta para criar a Comissão Especial Temporária foi apresentada pelo senador Ataides de Oliveira (PSDB-TO).
Renan Calheiros aproveitou para elogiar o trabalho liderado pelo senador de Mato Grosso como relator da LDO. O texto também recebeu aprovação da líder do Governo no Congresso, senadora Rose de Freitas (PMDB-ES). Na terça-feira, 2, a Comissão Mista de Orçamento finalizou a avaliação do relatório, com a apreciação dos destaques. A votação do substitutivo integral em plenário foi marcado para a semana que vem.


