O senador Wellington Fagundes (PL) voltou a abordar a polêmica da chamada Moratória da Soja, com a decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) de suspender os efeitos do acordo e instaurar investigação contra grandes tradings por “suspeita de cartel e abuso de poder econômico”. O parlamentar classificou o mecanismo como uma verdadeira “máfia” que prejudicou o Brasil, especialmente Mato Grosso, maior produtor de soja do país. “As grandes tradings lá de fora vieram impor condições que travaram quem produz de forma correta”, atacou, acrescentando que foi o ponto central da contradição: enquanto apenas 5% do território europeu ainda preserva florestas primárias, governos e companhias de fora impunham exigências ao Brasil, mesmo após terem devastado seus próprios territórios. “Criaram barreiras comerciais que desvalorizaram a soja brasileira, comprada barato aqui dentro e revendida com lucro no exterior. Isso funcionou como um cartel que estrangulou o produtor nacional”, disse.
O senador mato-grossense destacou que as consequências ultrapassaram o campo: “Quando o produtor não consegue vender a soja, o dinheiro deixa de circular. A cidade arrecada menos, tem menos emprego, menos comércio, menos estrada, menos saúde, menos escola. Quem perde não é só o agricultor, é todo mundo”. Ele também criticou a omissão do governo federal, a ação apresentada ao Supremo Tribunal Federal e a mobilização do setor produtivo até à Europa para demonstrar que o Brasil possui o Código Florestal mais rigoroso do mundo e que a Moratória não era necessária.
A Moratória da Soja foi criada em 2006, a partir de pressão da União Europeia e de grandes ONGs internacionais, impondo que empresas exportadoras não comprassem grãos de áreas abertas após 2008. A restrição atingiu inclusive produtores do Médio-Norte e do Nortão (mais de 200), que abriram suas terras de forma legal e dentro do Código Florestal. Com a decisão do CADE, o senador celebra o que chama de vitória histórica, mas alerta para a continuidade da luta. “Essas empresas não vão aceitar fácil perder esse poder. Vamos seguir firmes para que essa vitória se torne definitiva. E, se Deus quiser, a vitória virá”, afirmou. O vídeo publicado foi legendado em inglês, numa estratégia de levar a mensagem além das fronteiras. “Aqui no Brasil, aqui em Mato Grosso, quem manda somos nós”, concluiu, através da assessoria.