O governo federal erra ao propor aumento de carga tributária e estímulos ao crédito de consumo como medidas para superar a crise na economia. Esta é a avaliação do senador mato-grossense José Medeiros (PPS). Em discurso, esta manhã, ele se mostrou preocupado com o agravamento da retração econômica do país.
“Deterioram-se praticamente todos os indicadores econômicos brasileiros. Especialistas do mercado financeiro projetam inflação acima de 7% para este ano e de mais de 5% para o próximo ano. A expectativa é de queda de 3% na produção nacional em 2016”.
Para Medeiros, a situação decorre de uma política econômica “comprovadamente equivocada”, na qual o governo tenta “vender veneno como remédio” ao apostar no aumento da carga tributária. Como exemplo ele citou a proposta do Executivo de recriar a CPMF.
“Não vejo a menor hipótese de esse imposto seguir em frente. Ele não encontra lastro de confiança na população brasileira para que seja aprovado. Basta conversar com o taxista, com a dona de casa, com a empregada doméstica. Ninguém concorda com isso”.
O governo, segundo o senador, deveria melhoria os instrumentos de arrecadação e de combate à sonegação fiscal. “Existe hoje nada menos que R$ 1 trilhão em débitos tributários, de 68 mil pessoas jurídicas que possuem dívida acima de R$ 1 milhão. Que tal centrar esforços na cobrança desses recursos?”.
O parlamentar criticou ainda proposta em estudo no governo para uso do FGTS como garantia para empréstimo consignado. “O trabalhador é forçado pelo Governo a destinar 8% do seu rendimento mensal para um fundo que lhe remunera aproximadamente 3% anuais, menos do que a poupança. Todavia, segundo a medida anunciada, o trabalhador poderá disponibilizar esses recursos para garantir empréstimos consignados com juro de mais de 20%. Que conta danada é essa?”, questionou.
Para o parlamentar, aumento de impostos gera “debandada” de empresas brasileiras para outros países e endividamento do trabalhador agrava dificuldades enfrentadas pelo crescimento do desemprego. “Nesse contexto, é hora de o Congresso Nacional ocupar esse espaço de liderança responsável que o Governo tem demonstrado ser incapaz de praticar”, opinou, ao sugerir a construção de soluções para a retomada do crescimento, mas sem aumento de impostos ou endividamento dos trabalhadores brasileiros.