A pedido dos líderes de partidos, o Senado não vai realizar sessões plenárias de 18 a 31 deste mês, segundo anunciou hoje o presidente da Casa, Renan Calheiros. Esse período seria reservado ao recesso parlamentar, mas o Congresso está impedido de interromper seu funcionamento, uma vez que não votou o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
Assim sendo, os senadores continuarão suas atividades, com exceção da participação em sessões deliberativas ou de discursos. Também não está marcada nenhuma reunião em comissão no período.
"Havendo necessidade, porém, será convocada sessão do Congresso Nacional a qualquer momento", advertiu Renan.
A próxima sessão deliberativa do Senado está marcada para 1º de agosto. No dia 20 do próximo mês, será realizada sessão do Congresso Nacional para exame de vetos presidenciais, a primeira em acordo com novas regras para apreciação desse tipo de matéria.
Renan também anunciou o cancelamento de comissão representativa durante a visita do Papa Francisco à Jornada Mundial da Juventude. Ele ressaltou que o Senado não vai custear despesas com passagens e gastos com hospedagem a parlamentares em hotéis do Rio de Janeiro durante o evento, que ocorre de 23 a 28 de julho. O próprio idealizador da comissão, senador Pedro Simon (PMDB-RS), sugeriu o cancelamento.
Conforme o presidente do Senado, os projetos que necessitam de estudo para avaliação de impacto financeiro, a exemplo do Passe Livre, estão sendo analisados para ser deliberados em agosto. Em relação ao transporte escolar, ele disse que "é preciso ter claro que todas as nações que estão à frente do Brasil [em termos econômicos] custeiam o transporte".
"A fonte [de financiamento] vem do Orçamento público e das suas prioridades, dadas ao dinheiro do público. Apenas 3,8 milhões de estudantes no Brasil pagam meia passagem. O Congresso Nacional tem responsabilidade e não irá enveredar por aventuras fiscais. Temos compromisso com a governabilidade, a responsabilidade fiscal e o equilíbrio das contas públicas brasileiras", afirmou.
Renan lembrou que ainda estão na pauta prioritária o fim do foro privilegiado para autoridades; a eliminação da aposentadoria compulsória como pena para promotores e juízes condenados por corrupção e outros crimes; e o Plano Nacional de Educação (PNE).