O governador Blairo Maggi vai ter que buscar um novo secretário de Desenvolvimento Rural. Otaviano Pivetta decidiu deixar o cargo que ocupa, alegando necessidade de cuidar de seus negócios particulares, em função das dificuldades pelas quais passam o setor do agronegócio. Pivetta comunicou ao governador Maggi sua decisão ainda na segunda-feira. Ciente dos problemas, Maggi concordou.
Considerado um dos pivôs da crise entre Governo e aliados, o secretário negou qualquer questão política para sair agora. Ele contou que a decisão foi tomada em conjunto com seus familiares. Pivetta disse a interlocutores que precisa estar mais de perto acompanhando os seus negócios. O secretário é considerado mega-produtor rural no médio-Norte.
Pivetta deixou a Prefeitura de Lucas de Rio Verde, onde permaneceu por dois mandados e, imediatamente, assumiu o cargo de secretário em lugar de Homero Pereira, atual presidente da Federação da Agricultura de Mato Grosso (Famato). O secretário, que integra o grupo restrito de amigos do governador, prometeu continuar a colaborar com o Governo. Ele não falou se continuará com as atividades políticas, visando as eleições de 2006.
A passagem de Pivetta pela Secretaria de Desenvolvimento Rural fica marcada pelas desavenças que criou no campo político. Ele foi seduzido pela possibilidade de vir a ser candidato ao Senado Federal, numa chapa pura do agronegócio, tendo o próprio Maggi como candidato a reeleição: brigou com o PP e entrou em rota de colisão com os próprio integrantes do seu partido, o PPS. O sonho de Pivetta foi colocado de forma atravessada e o resultado foi uma crise que se instalou na base aliada. A ponto de o governador ter pedido para que ele evitasse discutir publicamente os embates políticos. A censura de Maggi surtiu efeitos desejados e a “fogueira da vaidade” perdeu a incandecência.
No campo de trabalho mesmo, outra briga: foi com a Empresa de Pesquisa Assitência Técnica e Extensão Rural, a Empaer. Crítico ácido do trabalho da empresa, Pivetta chegou a falar várias vezes em extinção do órgão, sonho que não conseguiu realizar.