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Secretário Meio Ambiente perde apoio e pode deixar o cargo

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A chapa do secretário Estadual de Meio Ambiente, Luís Henrique Daldegan, já está quente. Com uma Comissão Parlamentar de Inquérito prometendo fazer “a secretaria funcionar” e sem uma base de sustentação político-partidária, ele deve perder o cargo. “Como sempre, a decisão é do governador Blairo Maggi” – disse o líder do Governo no Legislativo, deputado Mauro Savi. Um dos nomes mais cotados é o do ex-presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Moisés Sachetti, homem de total confiança do governador e apontado como uma espécie de “coringa” – a exemplo do que foi o ex-secretário Marcos Henrique Machado.

Savi, em verdade, é uma espécie de termômetro do que pensa o Governo. E Savi não tem pensado bem sobre o trabalho de Daldegan. Mesmo com interesses regionais prevalecendo em suas declarações, já que é deputado originário da região Norte de Mato Grosso, onde se concentra a maior atividade florestal do Estado. Todavia, o segmento ambiental sempre foi o grande “calcanhar de Aquiles” do Governo. Em verdade, do governador Blairo Maggi, que sempre recebendo fortes críticas da comunidade internacional por ser empresário do setor agrário.

A primeira insatisfação com os rumos da política ambiental no momento foi dada pelo próprio governador. Mesclando caráter democrático, de respeitar a decisão dos deputados, com uma angustia sem fim por causa da atividade florestal, Maggi praticamente “liberou” sua bancada para votar a CPI – no caso, assinar o requerimento da CPI. Não deu outra: a comissão saiu da vontade do deputado José Riva (PP), mesmo com o secretário tentando convencer os deputados de que as portas estavam abertas para dar todos os esclarecimentos necessários. Serão dados, a partir desta terça-feira, mas sob um palco diferenciado e politicamente explosivo.

Ao analisar a CPI da Sema, o deputado Savi foi taxativo: “Quando o gestor é bom, toda a equipe técnica trabalha” – disparou. Substituto de Marcos Machado, Daldegan assumiu as rédeas da área ambiental e fez as alterações que desejava. Inclusive, substituindo os chamados pontos estratégicos da secretaria. Apesar disso, a situação continuou complexa: a venda das dificuldades na liberação de planos de manejo e ações concretas de combate às atividades ambientais criminosas. Daí o chavão criado pela CPI, qual seja, de “fazer a secretaria de Meio Ambiente funcionar”.

A insegurança administrativa tem sido um dos graves problemas dentro da Sema. Servidores que recebem salários de R$ 1.500,00 por mês assinam processos de manejo florestal de até R$ 30 milhões. “Um verdadeiro convite” – disse Savi. A situação salarial dos servidores que ocupam posições estratégicas dentro da secretaria, em verdade, há tempos vem sendo motivo de alerta ao Governo – que fica, por sua vez, “amarrado” à política salarial unificada: aumento para um, aumento para todos. Dados da Sema apontam que 88% dos planos requeridos têm pendências. O setor critica a falta de estrutura e de servidores na secretaria, que assumiu no ano passado a gestão florestal em Mato Grosso.

A partir das 13 horas, os deputados da CPI se reunem com o secretário Daldegan no sentido de colher dados e informações que possam consubstanciar o inicio dos trabalhos pré-programados durante o recesso parlamentar (inicia dia 17 próximo) e uma definição por parte do governo estadual de um calendário fixo de datas nas respostas de cada procedimento protocolado na Sema. “Tenho certeza que Sema tem capacidade de atender a demanda, basta aparelhar com o necessário. A comissão é uma parceira do setor produtivo, do meio ambiente e nós queremos que a Sema continue sendo o carro-chefe da economia, pois se hoje ela parar, pára tudo no Estado”.

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