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Secretário adjunto da Sema diz que madeireiros não são vilões dos desmatamentos

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Reunião ordinária da ‘CPI da Sema’ ocorrida na manhã desta terça-feira (14.08) tomou depoimento de dois funcionários da pasta ambiental mato-grossense: Bathilde Jorge Moraes Abdalla – secretário adjunto e Rogério Rodrigues da Silva – ex-superintendente de Gestão Florestal. Iniciada às 09h10 com término às 15h00 as duas oitivas contaram com a presença dos membros José Riva (PP) – presidente; Walter Rabello (PMDB) – vice; Dilceu Dal’Bosco (DEM) – relator; Carlos Avalone (PSDB), Mauro Savi (PR); José Domingos Fraga (DEM) e Júnior Chaveiro (PMN).

Nesta audiência o suplente Juarez Costa (PMDB) encaminhou pedido de afastamento à CPI considerando supostos envolvimentos irregulares. “Sempre defendi lisura e transparência da CPI”, consta no requerimento assinado por Costa. Riva acatou o pedido e ressaltou que a vaga ficará para a bancada peemedebista indicar o substituto.

Depoente Bathilde Moraes, secretário-adjunto, demonstrou nervosismo às indagações dos membros da comissão inquiridora. Quando consultado acerca da lotação funcional na Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) assegurou que são 10 superintendências, 700 funcionários entre comissionados e efetivos e 12 regionais. Antes havia discordado de inchaço na pasta sem precisar os profissionais terceirizados. Isto suscitou lembranças dos questionamentos da maioria dos membros da CPI. “Porque tantos funcionários e demasiada demora na liberação dos procedimentos?”, questionou Riva. Bathilde concordou com remanejamento de assessorias. O adjunto defende uma gestão adjunta sistêmica e de pessoal.

Bathilde é funcionário do Judiciário cedido a Sema ainda no período da gestão Moacir Pires. Do judiciário o adjunto da Sema percebe cerca de R$ 3 mil e mais 40% sobre o valor de um cargo de secretário de estado, o que equivale a aproximadamente R$ 3,5 mil. Ou seja, um salário considerável, privilegiado, mas que fere princípios na lei funcional. Acumula os cargos de secretário adjunto e superintendente jurídico na vacância de Cezar Augusto D’Arruda que protocolou pedido de férias. Ele admitiu duplicidade de função (adjunto e superintende jurídico). A CPI convocou oitiva com Cezar Augusto D’Arruda para a quarta-feira (15.08) próxima e, ainda, Afrânio Migliari atual superintendente de Gestão Florestal.

Ao ser consultado se o grande vilão dos desmatamentos são os madeireiros, Bathilde enfatizou negativamente. “Não. Não são os madeireiros. Em minha opinião são os agricultores e pecuaristas”, afirmou.

Conforme Riva as oitivas, de uma previsão de mais quarenta, irão contribuir com o andamento das investigações. Há possibilidade de pedir a qualquer momento quebra de sigilos bancário, fiscal e telefônico de servidores. Segundo ele a comissão ainda enfrenta fragilidade e dificuldades nas emissões de documentos solicitados. “Em todos os documentos processados e requeridos faltam páginas importantes”, assegura o presidente da CPI.

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