Por meio de decreto, o governador Silval Barbosa (PMDB) autorizou a reestruturação da Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa), que passa a contar com 70 cargos. Funcionando como autarquia, a extinta Agecopa foi transformada em secretaria em setembro do ano passado. Na época, um dos principais argumentos dos deputados que aprovaram o projeto foi a diminuição de cargos. Estimava-se que de cerca de 180, passaria para 50.
No entanto, segundo a própria Secopa, a pasta vinha operando com 62 servidores. Com a reformulação, foram criados, então, 8 novos cargos. Contudo, o novo modelo diminuiu em relação à estrutura original. O decreto extingue a Secretaria Adjunta de Desapropriações, que foi incorporada à Secopa para abrigar a antiga Secretaria Extraordinária de Governo, comandada por Djalma Sabo Mendes, para cuidar dos assuntos referentes às desapropriações de imóveis necessárias para as obras de mobilidade urbana.
Como secretário-adjunto, teve seu salário reduzido, mas continuou na pasta até o início de julho deste ano, quando decidiu volta para a Defensoria Pública. Após sua saída, a pasta ficou sem titular e, por fim, foi extinta na última sexta-feira (17). Desta forma, a Secretaria Adjunta de Infraestrutura, comandada por Marcelo Oliveira, passa a ser responsável por acompanhar os processos de desapropriações e a Secopa fica com apenas 3 adjuntas.
Segundo o secretario-extraordinário da Copa, Maurício Guimarães, informou por meio de sua assessoria, apesar do aumento de cargos, não haverá qualquer impacto no orçamento da pasta. Ele explica, por exemplo, que, diante da extinção de um cargo DGA2, ocupado por Mendes, foram criados 2 DGA 5, cuja remuneração é exatamente a metade.
Conforme o próprio decreto estipula, os cargos em comissão, bem como suas funções, são criados por lei, sendo facultado ao governador, mediante decreto, o remanejamento, transformação ou alteração da nomenclatura, vedado aumento das despesas.
Quando foi criada, a Secopa passou por exaustivo processo de aprovação na Assembleia, que, a princípio, dividiu a opinião dos deputados. A transformação em secretaria teve como principal objetivo garantir mais autonomia a Silval já que, na Agecopa, os diretores precisavam passar por sabatina dos deputados.
Principal defensor da extinção da Agecopa, o deputado estadual Emanuel Pinheiro (PR), reconhece que na época da criação da Secopa o intuito de enxugar a folha de pagamento acabou subestimando o quadro da pasta. "A secretaria tem dia e hora para acabar e temos uma série de ações em andamento que precisam ser cumpridas. Não é possível trabalhar com um quadro reduzido. Essa adequação já vinha sendo estudada pelo governador", disse.
Para Pinheiro, a medida só seria preocupante se a Secopa voltasse a pensar numa folha com quase 180 servidores, como era antes. "Os 50 funcionários que tínhamos pensado, realmente é muito pouco", avaliou.