O ex-presidente e atual vice da Câmara de Sorriso Santinho Salerno (PSDB), confirmou ontem que está fora da base de apoio do prefeito Dilceu Rossato (PPS). Ele afirmou, ao Só Notícias, que vai legislar de “forma independente, sem fazer parte da bancada da situação ou da oposição”. O posicionamento do vereador foi definido após divergências com a permanência do secretário de Finanças, Marcos Folador, no cargo. “Ele (o prefeito) optou por manter o secretário no cargo e disse que faria isso mesmo que perdesse algum vereador. Então, me considero livre para trabalhar de forma independente. Vou ser um vereador que vai continuar fiscalizando o Executivo e isso pode não agradar a muitas pessoas”, disse Salermo, confirmando seu afastamento da bancada de situação que passa a ficar com 4 dos 9 vereadores.
Há cerca de dois meses que Salerno vem solicitando requerimentos, cobrando explicações de algumas secretarias sobre licitações, gastos em um fundo educacional e, recentemente, foi um dos autores do requerimento para que a prefeitura prorrogasse o prazo de vencimento do IPTU, com desconto de 30%, considerando que muitos moradores enfrentam dificuldades financeiras, causadas pela crise na agricultura- base da economia de Sorriso. A prefeitura não respondeu alguns requerimentos. Ontem, o prefeito se reuniu com vereadores e explicou as razões que impedem essa prorrogação, principalmente por causar desiquilíbrio financeiro e que não seria uma decisão correta para com os cerca de 54% que pagaram em dia. Também deixou claro que o secretário Marcos Folador, alvo de várias criticas de Santinho, permanece no cargo, com seu aval. Foi a gota d’água para o vice-presidente se afastar da bancada.
O vereador Wanderley Paulo, da bancada de oposição, disse que a câmara vai respeitar o posicionamento do prefeito. “Ele se comprometeu a analisar o caso dos contribuintes que tiveram lançamentos errados no carnê do IPTU e deve enviar um projeto de lei, permitindo que eles possam pagar o IPTU com o desconto”, disse ele.
Segundo o vereador, vários contribuintes afirmaram que houve erros na metragem, em lançamento de coleta de lixo e outros valores. “Vamos analisar caso a caso”, disse o prefeito.
A Câmara de Sorriso deve ter sessão ordinária hoje porque, na segunda-feira, foi suspensa, por 6 votos a 1, em protesto contra a decisão da prefeitura em não prrrogar o IPTU.