O prefeito de Sorriso, Dirceu Rossato, fez a previsão que assusta a classe produtiva de Mato Grosso. “Mato Grosso poderá fechar do Norte para cima. O Estado está vivendo seu pior momento”, disse Rossato em um discurso breve direcionado ao ex-governador e candidato à presidente da República, Geraldo Alckmin, durante a abertura do III Encontro de Prefeitos do Estado de Mato Grosso, realizado pela Associação Mato-grossense dos Municípios, nesta segunda-feira. Segundo ele, na próxima safra, o Estado deixará de plantar 30% da área plantada atualmente.
Rossato manifestou, em nome dos demais prefeitos, a preocupação com a crise do agronegócio, carro chefe da economia local. O prefeito atribuiu o problema que preocupa produtores e administradores municipais a três fatores que encarecem a produção: o alto custo do combustível, que eleva o preço do frete, o câmbio baixo e a falta de pavimentação da BR 163, principal via de escoamento de grãos daquela região.
Dirceu Rossato lembrou que na última década o Estado cresceu de 1 milhão de hectares para 6 milhões de hectares plantados e que Mato Grosso se tornou responsável por 33% de toda a soja produzida no país. Mas, apesar dos números, o Estado sofre com a falta de logística e com a elevação nos custos da produção. “Da porteira para dentro somos muito eficientes, mas não temos mais condições de continuarmos produzindo dessa forma”, disse.
O prefeito de Sorriso lembrou que 45% da produção de soja fica em frete no meio do caminho, e que no caso de outros produtos, como o milho, o saldo acaba sendo negativo.