O Ministério Publico Estadual (MPE) propôs mais duas ações civis por improbidade administrativa contra a ex-primeira-dama de Mato Grosso, Roseli Barbosa. Desta forma, chegam a oito o total de ações propostas em menos de sete dias contra a esposa do ex-governador Silval Barbosa (PMDB).
Além de Roseli, também foram denunciadas dezenas de pessoas e empresas acusadas de participação de um esquema de desvio de R$ 8 milhões da Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social (Setas), pasta que a ex-primeira-dama comandou por três anos e 11 meses.
Ainda não houve o recebimento de nenhuma das denúncias. Todos os processos, protocolados entre os dias 18 e 25 deste mês, tramitam na Vara Especializada de Ação Civil e Ação Popular de Cuiabá, sob responsabilidade do juiz Luís Aparecido Bertolucci Júnior.
O ex-secretário adjunto da Setas, Jean Estevan Campos de Oliveira, juntamente com o ex-assessor especial de Roseli, Rodrigo de Marchi, também foram denunciados em todas as ações. Além deles, outros nomes comuns que aparecem em todas as denúncias são dos empresários Paulo César Lemes, que fez acordo de delação premiada e revelou em detalhes o funcionamento do esquema de corrupção e Nilson da Costa e Faria.
O esquema de desvio dos recursos da Pasta foi investigado pelo Grupo de Atuação Contra o Crime Organizado por meio das Operações Arqueiro (deflagrada em abril de 2014) e Ouro de Tolo (agosto de 2015). Segundo as investigações, a pasta comandada por Roseli firmou contratos com várias empresas e institutos de fachada, para em tese oferecer cursos de qualificação profissional para a população, principalmente no período que antecedeu a Copa do Mundo de 2014. De acordo com investigações preliminares, foram pagos R$ 20 milhões para a execução dos programas.
Com a continuidade das investigações o Gaeco constatou que desse total, 8 milhões foram desviados e retornavam para os acusados. As investigações revelaram que 40% do valor desviado nas fraudes cometidas na Setas ficavam com a secretária e ex-primeira-dama, acusada de liderar a organização criminosa. Outros 36% eram devolvidos aos empresários envolvidos no esquema e 24% eram entregues ao empresário Nilson da Costa Faria e Rodrigo de Marchi, ex-assessor especial de Roseli na Setas.