Os mato-grossenses estão cansados com os transtornos e prejuízos sofridos na BR-364, em seu trecho mais movimentado do Estado de Mato Grosso: entre Rondonópolis e Cuiabá. Nesse trecho, a rodovia virou um verdadeiro “corredor da morte”, com intenso tráfego de carretas, pista em péssimas condições de tráfego e muitos, mas muitos acidentes com óbitos. Trafegar nesse trecho da BR-364 virou uma verdadeira aventura.
A duplicação da BR-364, entre Rondonópolis e Cuiabá, é a grande solução para acabar com esse trágico cenário. Acontece que o projeto de duplicação entrou até no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Lula, mas a efetivação da obra enfrenta barreiras gigantescas para serem vencidas. Mesmo com a pressão política do Estado, até hoje a duplicação não saiu e, dificilmente, será desenvolvida em curto prazo. A grande esperança agora é com a realização da Copa do Mundo de 2014, quando Cuiabá será uma das subsedes.
Como não é mais possível esperar, o A Tribuna – que lançou a campanha pela duplicação da BR-364, juntamente com a ATC (Associação de Transportadores de Cargas do Mato Grosso) e a classe política da região – lança agora um outro projeto, como uma nova alternativa a essa BR, entre Rondonópolis e Cuiabá, e que desponta como atrativa e viável, principalmente para quem segue de carros de passeio, além de nada prejudicar o andamento do projeto da duplicação da rodovia federal.
É uma nova rota que prevê a viabilização de uma rodovia estadual (MT) entre Rondonópolis e Chapada dos Guimarães e, daí, até Cuiabá, passando por Dom Aquino e Campo Verde, que, além de ser utilizada para os deslocamentos até a capital, também seria de forte apelo turístico. O tráfego leve seria então desviado por rodovias estaduais paralelas à BR-364, entre elas o trecho da MT-251, entre Chapada dos Guimarães e Campo Verde, inaugurado no final do ano passado pelo governo Blairo Maggi; o trecho da MT-344, entre Campo Verde e Dom Aquino, já existente; e um novo trecho, que seria então projetado e construído, entre Dom Aquino e Rondonópolis, de apenas aproximadamente 70 quilômetros.
O próprio governador Blairo Maggi já vem tendo uma grande preocupação em viabilizar uma rodovia alternativa em relação à BR-364, nesse trecho Rondonópolis/Cuiabá. Atualmente o governo estadual está concluindo a pavimentação de 36 quilômetros entre a localidade denominada “Cabeceira do Almoço”, na rodovia federal, até o distrito de Fátima de São Lourenço, com a intenção de dar continuidade ao projeto, em mais 30 quilômetros, até o distrito de Mimoso. Depois daria continuidade a mais 100 quilômetros até Barão de Melgaço, que já é ligada a Santo Antonio do Leverger e Cuiabá. Também será um trajeto de forte apelo turístico, mas a sua passagem pelo Pantanal encontrará fortes obstáculos na obtenção das licenças ambientais, o que demandará muito tempo para a concretização do projeto. Em se tratando de um dos mais ricos biomas do país, a liberação do seu asfaltamento total só após muitas discussões e enfrentamentos.
Na verdade, uma grande parcela dos usuários da BR-364 que se desloca de Rondonópolis para Cuiabá (trecho de 210 quilômetros), quando chega em Jaciara (70 quilômetros de Rondonópolis) já vem preferindo desviar por Dom Aquino e Chapada dos Guimarães, num percurso que aumenta em 60 quilômetros até a capital mato-grossense, mas que acaba compensando a viagem devido ao fator tempo. A única inconveniência hoje é, justamente, os 70 quilômetros até Jaciara, quando se gasta mais de uma hora entre as gigantescas filas de carretas bitrens e o intenso tráfego.
Diante da atual situação da BR-364, o Jornal A TRIBUNA inicia hoje essa campanha, visando mobilizar toda a sociedade, incluindo entidades de classes, sindicatos, empresas e principalmente a classe política, para que a rodovia entre Rondonópolis e Chapada dos Guimarães seja uma alternativa de acesso a Cuiabá, especialmente para veículos de pequeno porte e de fortalecimento do turismo regional.
E o novo trecho proposto pelo A TRIBUNA tem o objetivo de ligar Rondonópolis diretamente a Dom Aquino. Além de encurtar o acréscimo dos 60 quilômetros atuais, com a eliminação do desvio de Jaciara a Dom Aquino, passa a ser um percurso de grandes atrativos turísticos, sem a presença do tráfego de veículos pesados.