O procurador geral do município, Efraim Alves, disse ontem que a prefeitura de Rondonópolis vai entrar na Justiça hoje para garantir medidas cabíveis no que diz respeito à greve dos servidores públicos municipais, que ontem entrou no segundo dia. Efraim Alves antecipou ao A TRIBUNA que vai pedir, ao Poder Judiciário, a garantia de atendimento na Secretaria de Saúde do município e também na Educação. No segundo dia de greve, segundo a diretoria do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Rondonópolis (Sispmur), mais cinco escolas aderiram ao movimento, totalizando 51 das 57 unidades educacionais do município fechadas.
O procurador foi mais longe e acusou o sindicato de oprimir servidores para participar da greve. "O nosso pedido visa também garantir o direito de quem não quiser participar da greve a não participar", disse. O advogado informou ainda que o corte de ponto dos grevistas não está descartado. "Se a Justiça entender que a greve é ilegal e abusiva é lógico que vamos proceder o corte de ponto".
O presidente do Sispmur, Rubens Paulo, reagiu às declarações do procurador. "Um sindicato que luta por aumento, que está trabalhando por um aumento, que garantiu o 13º ao contratado é opressor? O sindicato está procurando quem foi que ameaçou a exonerar os contratados. Será que não foi o Efraim? O sindicato estará adotando medidas para defesa do contratados que entrarem em greve", disse o sindicalista em meio a questionamentos. Com isso, uma guerra jurídica aos poucos está se consolidando nos bastidores da paralisação.
O prefeito Zé Carlos do Pátio ofereceu à categoria um aumento de 2% a partir de julho e os servidores defendem um aumento de 16% divididos em duas parcelas de 8%, sendo uma para este ano e outra a partir do ano que vem. Pátio ainda alega que este ano garantiu o pagamento da inflação do ano passado, quando em janeiro fez uma reposição de 4,11%.
O presidente do Sispmur negou que tenha, no primeiro dia de greve, trancado as saídas da Coder com caminhões. Segundo o sindicalista, na verdade, ele foi ao local para pedir que seja cumprido um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que prevê a proibição de servidores nas caçambas de caminhão carregadas com ferramentas e objetos cortantes. "Nossa ida lá foi para isso", justificou.