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Riva volta a citar deputados e ex-deputados em depoimento à juíza

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O ex-deputado estadual José Riva voltou a reafirmar que houve repasse de valores para os atuais parlamentares Guilherme Maluf (PSDB), Mauro Savi (PSB) e Gilmar Fabris (PSD), além da ex-deputada estadual Luciane Bezerra (PSB). Ele apontou ainda que os parlamentares teriam várias contas. Ele está prestando depoimento na ação relativa à operação Ventríloquo, que apura um possível desvio de quase R$ 10 milhões da Assembleia Legislativa.

Riva reafirmou em pelo menos dois momentos diferentes da audiência que os R$ 50 mil depositados na conta de Odenil de Almeida foram para o atual presidente da Assembleia, Guilherme Maluf. Ele inocentou o ex-procurador Anderson Flávio de Godoi e afirmou que ele está sendo “injustiçado”, pois não recebeu o valor que caiu na conta de Odenil. “Odenil era e é a pessoa de confiança de Maluf e por isso que recebia suprimentos de fundo. Recebia porque ficava no gabinete do deputado Guilherme Maluf. Ele atendia os interesses do gabinete”, sustenta Riva.

Riva, ao ser questionado pela juíza Selma Rosane, explica o motivo pelo qual ele recebeu R$ 806 mil mesmo não tendo participado da reunião na qual os demais envolvidos decidiram sobre os valores da propina de cada um. Diz que nunca foi no escritório de Joaquim Mielli e garante que nunca se reuniu com o advogado Júlio Cesar que até foi no gabinete dele em duas ocasiões, mas para tratar de outros assuntos.

O ex-deputado insistiu que precisa esclarecer 18 cheques de 50 mil que o banco Safra não encaminhou. Sobre a participação de Riva, Selma Rosane insiste em saber se ele só recebeu R$ 800 mil. Ele diz que precisa das microfilmagens para poder dizer com exatidão. Segundo ele, também poder ter recebido mais valores da propina, cujo dinheiro saiu dos cofres do Legislativo Estadual.

Riva, ao ser questionado pelo promotor Marcos Bulhões sobre qual certeza ele tem de que os R$ 50 mil foram para Guilherme Maluf, volta a reafirmar que o ex-procurador da Assembleia não recebeu o valor depositado na conta de Odenil de Almeida. "Não posso falar 100% de certeza que o dinheiro para o Maluf, mas tenho 100% de certeza que não foi para o Anderson [Godoi, ex-procurador da Assembleia]".

Riva é questionado pelo promotor de Justiça Marcos Bulhões sobre a frequência em que funcionários da Assembleia são usados para receber dinheiro dos deputados em suas contas pessoais. “É comum sim usar o assessor para tal finalidade. É difícil precisar há quanto tempo isso ocorre, isso é coisa que já vem de muito tempo. É comum um deputado pegar um funcionário e falar vou mandar um dinheiro na sua conta. E o dinheiro não é pra ele”.

O ex-presidente reafirma que na Assembleia existe uma bagunça geral quando o assunto é a lotação de servidores. Reafirma que Odenil de Almeida nunca trabalhou na Secretaria Geral da Casa, que à época dos fatos, era chefiada por Márcio Bastos Pommot.

O ex-deputado disse que o advogado e delator Joaquim Mielli seria mentiroso. A defesa de José Riva apresenta um documento e pergunta se o ex-deputado reconhece a veracidade. Ele diz que sim e confirma que Joaquim Mielli participou de três ou quatro reuniões com ele na Assembleia para tratar sobre o processo de pagamento dos valores devidos ao HSBC. A defesa então questiona ao cliente se o delator Joaquim Mielli está mentido. Riva garante que sim.

A juíza questiona Riva sobre o porquê Mielli fez uma delação na qual distorceu fatos e não contou toda a verdade. Riva diz que ela precisa questionar Mielli e reafirma que gostaria de uma acareação entre ele e Mielli. “Ele vai fazer uma delação e deixa de fora justamente quem assinou os cheques para ele. Isso é muito curioso”, argumenta o ex-deputado.

Selma Rosane questiona o motivo de o ex-deputado ter recebido R$ 800 mil mesmo não tendo participado da negociação para pagamento de propina. Ele argumenta que recebeu valores mesmo sem ter participado da negociação, pois, segundo ele, mesmo estando fora da presidência, ainda existiam muitas pendências relativas ao seu mandato como presidente do Legislativo Estadual.

Outro lado

Os deputados citados por Riva ainda não se pronunciaram sobre as novas acusações.

(Atualizada às 17h30)

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