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Riva depõe na justiça, nega fraudes milionárias e fala em perseguição; 2 deputados não depuseram

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O ex-deputado estadual José Riva (PSD) prestou depoimento, esta tarde, à juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Roseane de Arruda, e negou as acusações que liderou esquema para desviar R$ 62 milhões da Assembleia, quando foi presidente. Ele afirmou que todos os fatos narrados no processo são falsos e "não existiu" esquema fraudulento em licitação para compra de materiais gráficos e formulários. Sobre o consumo exorbitante de material gráfico, afirmou que existiam mais de um milhão de pessoas em sua mala direta. Ele afirma que sempre foram comprados tonner, papel e cartuchos de impressoras em grandes quantidades, mas nunca conferiu se o montante estava correto.

Riva apontou que os servidores eram nomeados pela mesa diretora e que a maioria é de carreira. Ele alegou que Edemar Adams (falecido) foi secretário de Finanças e depois secretário geral. Os pagamentos para fornecedores eram feitos de forma legal e nunca existiu “bilhete” apontado pela viúva de Edemar, Cleonice Bernadete Adams, em depoimento anterior. "Não sou homem de emitir bilhete", rebateu.

Ele continuou desmentindo o depoimento de Cleonice ao afirmar que ela nunca participou de reunião. Riva disse que também sempre teve confiança em Edemar e que não reconhece algumas assinaturas que apontam ser dele. Vários documentos foram mostrados para Riva e ele alegou que não eram suas assinaturas.

Além disso, lembrou que Edemar não chegou à Assembleia por indicação sua. "Nossa relação era institucional apenas". Sobre o depoimento de Cleonice, Riva disse que ela está bem instruída, pois ela não sabe dar informações de contratos.

A magistrada questionou por que a viúva de Edemar dar depoimento (acusando-o), se a declaração dela seria mentirosa. Riva afirmou que uma quantia em dinheiro não chegou às mãos dela e insiste em dizer que Cleonice não tem domínio do que estava falando.

Riva voltou a dizer que o empresário Júnior Mendonça (delator do esquema de empréstimos fraudulentos pagos com recursos públicos que é apurado na Operação Ararath) fez delação premiada baseado em dados apreendidos. Além de questionar o fato dele ter falado que Edemar fez pagamentos, em datas na qual Edemar já estava morto. "Pago caro por isso, mas falo que meu patrimônio hoje é menor que o Edemar", afirmou. Segundo o deputado, Gércio Marcelino Mendonça Junior, o Junior Mendonça tentou extorqui-lo em R$ 5 milhões.

O MPE questionou se Riva pegou dinheiro emprestado com Júnior Mendonça. O ex-deputado confirmou que foram R$ 2 milhões em uma das vezes, outra operação de R$ 500 mil, depois outra de R$ 3 milhões e, por fim, um empréstimo de R$ 1 milhão. Ele declarou que ainda  deve R$ 1 milhão para Júnior e garante que nunca usou dinheiro da Assembleia para pagar suas dívidas. 

Ao ser questionado sobre sua evolução patrimonial, o ex-presidente disse que começou vendendo lotes e não ganhou dinheiro com a política e todos seus bens são declarados, inclusive o apartamento no Rio de Janeiro, que pertence aos seus filhos. O MPE questionou Riva sobre seus bens devido a separação de Janete. Riva explicou que ficou quatro anos separado e, neste período, teve uma namorada e uma filha. Porém, decidiu voltar com o relacionamento com Janete e, inclusive, pediu anulação do divórcio, pois quis continuar casado.

O MPE questionou se um restaurante seria de sua família, mas ele disse que não. O ex-parlamentar alegou que Júnior Mendonça omitiu informações. "Na questão da delação, ele omitiu informações sobre os empréstimos". O advogado Valber Melo pergunta como era pago o empréstimo. Riva diz que a preferência era em espécie, mas algumas vezes eram em cheques.

O ex-deputado afirmou que sabia que seria preso e ficou espantado com a reportagem do Fantástico, da Rede Globo. Riva aponta que o governador Pedro Taques (PDT) o persegue e afirma que o gestor estadual não nomearia Paulo Prado para procurador geral do Estado. Só o fez com a garantia de que Riva fosse preso. Ele reclamou da forma como está sendo tratado e disse que parece que vão pedir seu “linchamento”.

Diante das denúncias, o advogado de defesa perguntou se Riva abriria espontaneamente seu sigilo bancário. Ele disse que não só o dele como de sua família. O advogado de defesa questionou se Riva tinha conhecimento de uma possível relação entre Edemar e Júnior Mendonça. O ex-parlamentar diz que ouvindo os depoimentos e a ação, acredita em uma relação. "Acho que tem um objetivo, eu não sei dizer se tinham negócio, mas se o Edemar fazia pagamentos a ele, pode ser que tinham".

Arrolados como testemunhas de defesa, os parlamentares Wagner Ramos (PR) e Pedro Satélite (PSD) não compareceram devido a "participação em um congresso no Espírito Santo". Satélite enviou nota explicando que informou à justiça que não estaria em Cuiabá, hoje.

(Atualizada às 18h20)

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