A reitora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) Marluce Souza e Silva avaliou, em entrevista na sede de Só Notícias, que não existe oficialmente processo interno para emancipação do campus da UFMT Sinop e que a sociedade precisa ser consultada antes de iniciar qualquer mudança. “O que existe são projetos de leis apresentados por diferentes políticos”, “uma vontade manifesta de alguns grupos que desejam essa emancipação”, afirmou. Em audiência, na sexta-feira à tarde, com o prefeito Roberto Dorner (PL), a reitora expôs que “a vontade do coletivo” deve decidir ou não pela autonomia.
Marluce declarou que muitos pontos precisam ser ponderados. “É muito importante que os jovens, os nossos estudantes entendam que a UFMT é uma universidade forte, ela é a 38ª melhor universidade do Brasil. Quando a gente se divide, a gente enfraquece. Cuiabá enfraquece e Sinop enfraquece. Sinop não será mais a UFMT e não estará mais em 38º lugar no ranking de melhores universidades. A gente tem que pensar isso”, disse.
Antes de qualquer emancipação, a reitora acredita que o campus de Sinop precisa ser fortalecido. “Para que essa universidade (em Sinop) se torne pujante, como é o estado de Mato Grosso, como é a UFMT, nós precisamos ter 10 vezes mais graduados do que nós estamos entregando ontem e hoje. Nós não estamos entregando nem 100. A gente precisa entregar mil, pelo menos. Precisa ter melhores condições de ingresso e melhores condições de permanência dos nossos estudantes dentro de Sinop, senão ela será uma universidade muito fraca, muito frágil”, “e as nossas decisões devem ser tomadas para agregar valor e não para reduzir valor”, pontuou.
O projeto de lei prevê que o campus de Sinop passaria a ser Universidade Federal do Norte de Mato Grosso, com transferência automática de todos os cursos, alunos matriculados e quadro de pessoal da UFMT.
Segundo justificativa para criação, que consta no projeto, a UFNMT pode melhorar os índices de taxa de matrícula no ensino superior, para que se atinjam pelo menos 50% da população com idade entre 18 e 24 anos, nos termos da meta 12 do Plano Nacional de Educação (PNE), instituído pela Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014.
O primeiro campus a se desmembrar da UFMT foi o de Rondonópolis, há dois anos, e passou a ser Universidade Federal de Rondonópolis.
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