segunda-feira, 14/julho/2025
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PSDB quer definir até domingo candidato a presidente

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Em meio à arrastada indefinição sobre quem será o candidato do PSDB à Presidência da República e com sinais de que a disputa interna poderá deixar seqüelas para a campanha eleitoral, os tucanos procuraram reforçar na noite de segunda-feira o discurso de unidade partidária durante ato público em homenagem ao ex-governador Mario Covas, morto há cinco anos. O presidente nacional da sigla, senador Tasso Jereissati (CE), não compareceu à homenagem, mas afirmou que a definição do candidato sairá até o próximo domingo, após conversas entre os dois possíveis candidatos – o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o prefeito da capital paulista, José Serra.
Jereissati negou que o chamado “triunvirato tucano”, formado por ele, pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e pelo governador de Minas Gerais, Aécio Neves, serão os responsáveis pela decisão. Segundo ele, o partido está caminhando para um entendimento e o nome será anunciado antes do dia 12 de março.

Durante o ato em memória de Covas, o comentário mais duro sobre o suposto “racha” do PSDB foi feito pelo prefeito de São Paulo, José Serra, que ainda não manifestou publicamente se pretende concorrer à Presidência – mas que na prática disputa com o governador paulista, Geraldo Alckmin, pré-candidato declarado, a escolha do partido.

“Muitos hoje se dedicam, ao que eu chamaria aqui, de ataques especulativos contra unidade do PSDB (…) Às vezes de dentro, mas muitas vezes de fora”, disse Serra durante seu discurso no evento.

“Errarão todos aqueles que apostarem no desentendimento, no confronto, na cizânia, na falta de amizade, de unidade, no caminho que é o exato contrário da trajetória de Covas.”

Na mesma linha, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso falou que irão “quebrar a cara” os que apostarem na falta de união do partido. Ressaltando a forte lealdade de Covas, FHC afirmou que “o PSDB vai sair unido na lealdade e na coragem”.

Sem mencionar explicitamente o tema em seu discurso, Alckmin fez coro com os demais ao falar com jornalistas, após o evento.

“Queria deixar claro o seguinte, que tenho reiterado e tenho destacado: quem apostar na divisão do PSDB vai errar”, disse o governador. “O PSDB é um partido que sempre se une, um partido que coloca sempre o interesse público acima dos interesses pessoais.”

Alckmin repetiu que se o escolhido do partido for Serra, ele terá o seu “integral apoio”.

Perguntado como se dará essa escolha, o governador reafirmou que será “uma decisão coletiva”. E contrariando o que havia dito pela manhã, quando cobrou pressa do partido por uma definição, voltou a dizer que “não há correria para resolver isso logo. Temos vários dias ainda, é só controlar a ansiedade.”

Antes do início do evento, realizado na Sala São Paulo, sede da Orquestra Sinfônica do Estado, um deputado tucano havia expressado a mesma posição, dizendo que o próprio partido estava criando um clima de pressa desnecessário, já que, de qualquer modo isso terá que ser resolvido até o final do mês, quando os titulares de cargos no Executivo terão que se desincompatibilizar para poder disputar as eleições de outubro.

Candidatura boa
Em meio às contínuas especulações sobre sua real posição na disputa e com alguns de seus apoiadores dizendo que Serra aceitaria um “chamamento” do partido para disputar a Presidência, o prefeito lembrou que essa era uma das características do homenageado da noite.

“Mario Covas jamais deixou de atender aos mandamentos e aos chamamentos do partido.”

E, ao comentar as campanhas de Covas à Presidência em 1989 e ao governo do Estado em 1994 e de FHC no mesmo ano, Serra pode ter feito uma alusão à situação em que se encontrava no final do ano passado, quando aparecia à frente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas de intenção de voto.

“Candidatura é uma boa quando a gente sai já na frente”, disse o prefeito.

Já o governador ressaltou como outra qualidade de Covas o fato de ele nunca se deixar levar por duas emoções que tanto atrapalham os políticos: a arrogância e o medo.

“Combatia a arrogância com a modéstia e o medo com a coragem de colocar o interesse público como critério principal”, disse.

Críticas contra Lula
Num evento montando para alavancar a posição e Alckmin, o governador aproveitou também para voltar a criticar o baixo crescimento econômico do país, que no ano passado registrou uma expansão de apenas 2,3 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).

Lembrando que o Brasil durante décadas cresceu a taxas que hoje parecem impossíveis, Alckmin atacou o governo Lula dizendo que é preciso abandonar “a tortuosa rota” que confunde o público com o privado, o lícito com o ilícito e o “que é patriotismo com o que é companheirismo, no sentido estreito dos que pertencem ao mesmo partido”.

Antes dos discursos, um vídeo mostrou as realizações de Covas à frente do governo estadual, ressaltando que Alckmin, seu vice, era “um amigo” e que “com Geraldo Alckmin o Estado mantém viva a cara de Mario Covas”.

Mas se Alckmin foi bastante aplaudido em vários momentos ao longo do evento, Serra também agradou o público ao longo de seu discurso, arrancando risadas logo no início, ao contar que conheceu Covas em 1963, quando, líder estudantil, foi a Santos (SP) lançar uma “frente operário-estudantil-camponesa”, lembrando os jargões da esquerda naquela época.

E Fernando Henrique voltou a bater na tecla da ética para reforçar os ataques ao governo Lula. Em uma referência às repetidas declarações do presidente de que ele deseja comparar sua administração com a de FHC, o tucano disparou: “Não temos medo de nenhuma comparação, muito menos no plano da honra.”

Estavam presentes ao evento cerca de 700 pessoas, entre elas Lila Covas, viúva do homenageado, o vice-governador, Cláudio Lembo (PFL), o senador e ex-vice-presidente Marco Maciel (PFL-PE) e os governadores tucanos Marconi Perillo (GO) e Simão Jatene (PA).

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