Quatro anos após ter pedido as prisões de “figurões” da política mato-grossense, como o ex-deputado estadual José Riva e o ex-secretário de Estado Moraes, receber ameaças anônimas e passar a viver sob escolta, a procuradora da República, Vanessa Christina Marconi Zago, ainda está sob proteção. Outros procuradores federais que também atuam na Operação Ararath, sob a coordenação dela, recebem escolta até hoje.
A informação foi confirmada pelo procurador-geral da Procuradoria da República em Mato Grosso, Gustavo Nogami. “Por uma questão, até, de segurança da própria procuradora-coordenadora e dos outros procuradores que têm atuado no caso, eu não posso comentar detalhes. O que eu digo é que existe um sistema de proteção, desde aquela época em que foi identificada a ameaça”, disse.
Segundo Nogami, o Ministério Público Federal (MPF) montou o sistema de proteção por conta do envolvimento na apuração de casos que apontam para políticos, empresários e outros acusados de crimes como organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, dentre outros, em Mato Grosso. “Os procuradores até hoje têm algum tipo de proteção em grau maior ou menor”, afirma
Na época em que a procuradora Vanessa Zago pediu as prisões de Riva e Moraes, em 2014, estes ocupavam os cargos de presidente da Assembleia Legislativa e de chefe da Casa Civil do governo do Estado. A segurança foi autorizada pelo então procurador-geral da República Rodrigo Janot, que relatou que a colega sofreu ameaças depois da quinta fase da Operação, deflagrada pela Polícia Federal (PF), no dia 20 de maio.
As investigações mostraram que o sistema financeiro clandestino operado pelos réus causou um rombo de R$ 1,5 bilhão em impostos federais que deixaram de ser arrecadados entre 2008 e 2014. Desse montante, mais de R$ 400 milhões já foram recuperados aos cofres públicos, por meio de um trabalho conjunto entre o MPF, a Polícia Federal e a Receita Federal.