O promotor criminal José Augusto Veras Gadelha, que acompanha o processo de julgamento do ex-policial civil João Arcanjo Ribeiro, apontado como mandante da morte do empresário Sávio Brandão, refutou o conteúdo da fita e do CD que supostamente mudaria o foco das acusações.
“Para mim esta é mais uma artimanha da defesa do senhor Arcanjo. Não há nada que comprove materialmente o envolvimento de outras pessoas nesse crime”, afirmou o promotor. “A estratégia da defesa é desviar o foco das acusações, trazendo à tona fatos irrelevantes ao processo”, sustenta.
Gadelha, juntamente com a Juíza da 12ª Vara Criminal, Maria Aparecida Ferreira Fago, ouviu o conteúdo do CD na última sexta-feira, após o fim de uma das audiências do processo. “Não acredito em reviravolta já que o conteúdo não demonstra vínculo algum entre os pistoleiros e as pessoas citadas na gravação”, adiantou.
A gravação apresentada em juízo revelaria supostamente um diálogo telefônico da empresária Karine Ricci e uma terceira pessoa. A empresária já emitiu nota oficial dizendo que não pode se manifestar sobre a fita enquanto não tiver acesso oficial a ela, quando poderá conhecer o teor do diálogo imputado a si e a terceira pessoa. Entretanto, a empresária repudia o seu envolvimento no caso, esclarece que não autorizou a inclusão do seu nome do rol de testemunhas de defesa de João Arcanjo Ribeiro, e pede providências para se apurar se, de fato, teve seu sigilo telefônico violado ilegalmente.
Sobre esse fato, o promotor disse que o defensor do ex-policial civil, Zaid Arbid, não informou como a fita e o CD foram conseguidos, porém irá aguardar o depoimento da empresária no dia 19 de abril para os fatos levantados serem esclarecidos.