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Projeto em MT facilita reinserção de dependentes químicos no mercado de trabalho

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Considerada um doença social crônica, a dependência química afeta cerca de 5% da população brasileira, índice que representa mais de 8 milhões de pessoas. Apesar da disponibilidade de tratamentos na rede pública de saúde, a reinserção dessas pessoas no mercado de trabalho ainda é considerada um tabu. Tentando incentivar a contratação de adictos nos órgãos da administração estadual, o deputado Dilmar Dal’ Bosco (DEM) apresentou projeto de lei destinando 1% de das vagas emprego para esse grupo.

De acordo com a proposta, para ter acesso ao programa inclusivo os dependentes deverão estar cumprindo com o seu plano individual de tratamento junto a uma instituição pública devidamente credenciada pelo Sistema de Apoio Psicossocial – CAPS. O beneficiário deverá também atender os requisitos da empresa que for contratado e cumprir rigorosamente suas normas. Se for estudante deverá estar matriculado na rede pública ou privada de ensino, frequentando as aulas de forma regular.

O parlamentar argumenta que, os dependentes, mesmo em recuperação,  recebem o olhar desconfiado da sociedade, devido às ações que praticavam quando ainda eram usuários de entorpecentes, como por exemplo, o ato de pequenos furtos de objetos para a compra de drogas, o que faz com que as empresas tenham receio de contratá-los.

 “Além da saúde, essa dependência tira a dignidade das pessoas, que na maioria das vezes afastam-se de seus familiares, restando apenas  vínculos com outros usuários, e mesmo assim, bastante frágeis, ligados ao cenário das drogas. Nossa proposta é resgatar essa pessoa, devolver-lhe a dignidade através de um emprego”, justificou Dal’ Bosco.

Ao menos 28 milhões de pessoas no Brasil têm algum familiar que é dependente químico, de acordo com o Levantamento Nacional de Famílias dos Dependentes Químicos (Lenad Família), feito pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e divulgado em dezembro do ano passado.

A maioria dos  pacientes em tratamento (73%) são poliusuários, ou seja, consumem mais de uma droga. Em 68% dos casos, quem passa por reabilitação é consumidor de maconha, combinada com outras substâncias. O tempo médio de uso dos entorpecentes  substâncias é de 13 anos, mas a família percebe apenas 8,8 anos de uso, em média.

A partir da descoberta da família, o tempo médio para a busca de ajuda após o conhecimento do consumo de álcool e/ou drogas é de três anos, sendo dois anos para usuários de cocaína e/ou crack e 7,3 anos entre os dependentes de álcool. Os familiares relataram ter o conhecimento do consumo de drogas pelo paciente por um tempo médio de 9 anos.

 “É nossa obrigação como homem público firmar um compromisso com essas famílias de modo a fazer a reinserção destes dependentes ao mercado de trabalho, através de ações urgentes, pois uma das maiores dificuldades na recuperação de usuários de drogas é a sua reabilitação econômica por meio do exercício profissional”, defendeu Dilmar.

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