O Programa “Nossa Terra, Nossa Gente” do Governo do Estado e desenvolvido pelo Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat), se consolida como alternativa viável à agricultura familiar e mecanismo de sobrevivência para famílias que estavam sem perspectiva de vida no município de Alta Floresta.
As duas vilas rurais Implantadas na região se tornaram a única fonte de renda para a maioria das famílias beneficiadas, que além da terra ganharam condições de moradia e meios de movimentar a propriedade com a produção hortifrutigranjeira.
Em Alta Floresta, a primeira vila “Julio Firmino Domingues”, com 172 famílias, foi instalada na região há três anos e a segunda vila “Nossa Senhora Aparecida”, com 35, tem pouco mais de um ano e ambas já contam com toda à parte de infra-estrutura básica como água encanada e energia elétrica, necessárias para que as famílias assentadas ali possam viver com dignidade.
Sair do aluguel também era o sonho de muitas famílias da região, a exemplo da agricultora Dirce de Oliveira, Ferreira, casada e mãe de 6 filhos, que morou a vida toda em casas alugadas, até conseguir um pedaço de terra e construir sua primeira casa na vila “Nossa Senhora Aparecida”. “Pagava aluguel, não tinha lugar para morar e agora estou muito contente aqui, porque aqui é da gente mesmo” diz dona Dirce. “Toda a vida morei no que é dos outros”, informa ela.
Uma chance que ela e outras milhares de famílias de trabalhadores rurais, que deixaram o campo por falta de condições de sobrevivência, ganharam do Governo do Estado, para sairem da miserável condição de vida das periferias das cidades e retornarem ao meio rural com incentivo à produção e condições de permanecerem na terra. Segundo dona Dirce, tudo melhorou na vida da sua família depois que se mudaram para a pequena chácara na vila “Nossa Senhora Aparecida”. “Melhorou muito, a pessoa não pode jogar fora, tem que plantar”, completa Dirce.
A paranaense Maria de Fátima Ramires Ribeiro, 49, mora com seus três filhos na terra que ganhou através do programa Nossa Terra, Nossa Gente. Ela também morava na cidade, de favor na casa cedida por uma conhecida para a família passar uma temporada. A melhor coisa, segundo ela, que aconteceu na vida deles foram o pedaço de chão e a casa que conquistaram. “Para mim foi muito bom, tivemos um lugar para morar. Eu mesma estou muito contente aqui, graças a Deus”, agradeceu Fátima Ribeiro.
A parceleira disse que da mesma forma que o programa a ajudou, também deu melhores condições de vida para outras pessoas do município. Ela ressaltou ainda que é preciso valorizar essa ação do governo, porque o que “ganharam é para o resto da vida”. “Para nós foi muito bom e pra muita gente que tá aqui em cima também. Que as pessoas aprendam a dar valor no que ganhou”, ressaltou a assentada.
Já o ex-pedreiro José de Paula Toledo, paulista, 75 anos, deixou a vida corrida da cidade para realizar o sonho de voltar a morar no campo. “Era um sonho que eu tinha de possuir uma chacrinha”, disse. Para ele, não “tem nem comparação, melhorou 1000 %“, sua vida depois que voltou ao meio rural.
As duas vilas estão localizadas a menos de 4 km da cidade e a produção dos assentados é bastante diversificada, vai desde a pequena roça de quiabo, arroz, feijão, milho e pimenta-do-reino, até a criação de animais de pequeno porte.