A Procuradoria Regional Eleitoral emitiu parecer contrário ao arquivamento sugerido pela Polícia Federal sobre o inquérito que investigou a origem dos R$ 3 milhões furtados do empresário Air Bomdespacho da Silva e que seriam usados no suposto caixa 2 da última campanha a prefeito de Cuiabá.
Além de emitir parecer contrário ao arquivamento, o procurador regional eleitoral Thiago Lemos Andrade sugeriu que o inquérito se estenda por mais 90 dias, quando deverão ser realizadas novas diligências. Também pediu que a Justiça determine sigilo nas investigações. Ao pedir o fim do inquérito sem indiciar ninguém, a Polícia Federal alegou que o caso já vem sendo investigado pela Polícia Civil.
O parecer foi encaminhado na quarta-feira (27) ao juiz do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) Yale Sabo Mendes, que deverá se pronunciar sobre o pedido da PF e a manifestação de Thiago Lemos de Andrade.
Cercado de mistérios, o furto milionário do dinheiro que estava em posse de Air vem gerando muita especulação. Isso porque ele não procurou a polícia para registrar a ocorrência, que só veio à tona quando um grupo de jovens foi preso sob suspeita de ter furtado ao todo R$ 6 milhões.
Outro fato estranho é que Air é irmão de Celcita Pinheiro (DEM), secretária de Assistência Social de Cuiabá, cargo de indicação pessoal do prefeito Wilson Santos (PSDB). Daí surgiram os rumores de que o dinheiro poderia ser usado na campanha tucana, o que é negado por Air e não foi constatado nem pelo delegado da Polícia Civil Luciano Inácio.
Atualmente, o TRE ainda aprecia a ação penal proposta pela Procuradoria Eleitoral contra o deputado Alexandre Cesar (PT) por prestação de contas falsas na campanha a prefeito de Cuiabá em 2004.