do Carlos Abicalil (PT-MT) pagou R$ 2.000 ao empresário Valdebran Padilha, preso com o dinheiro do dossiê contra tucanos. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, um pagamento de R$ 1.000 ocorreu no dia 31 de agosto e outro no mesmo valor foi feito em 18 de setembro, quando Valdebran já estava preso na Polícia Federal.
Membros da CPI dos Sanguessugas investigam suposto envolvimento de Abicalil na compra do dossiê. O deputado nega participação e afirma não ter relação com Valdebran. Segundo Abicalil, o primeiro pagamento se refere ao aluguel de uma casa de Valdebran usada como comitê da campanha. O outro valor corresponde à rescisão desse contrato de locação.
O deputado alega que, após o escândalo do dossiê, resolveu rescindir o contrato e fazer o pagamento pela rescisão em 18 de setembro. Nesse dia, Valdebran era transferido da PF de São Paulo para Cuiabá.
Conforme a assessoria do deputado, a chefia de gabinete alugou o imóvel de Valdebran sem a participação de Abicalil.
Valdebran foi preso no hotel Ibis Congonhas (SP), no dia 15 de setembro, junto com o advogado e emissário do PT Gedimar Passos. Os dois estavam com R$ 1,168 milhão e US$ 248,8 mil. Esse dinheiro seria usado na compra do dossiê.
A assessoria de Abicalil não soube informar se o pagamento no valor de R$ 1.000 foi feito alguma imobiliária ou à família de Valdebran. O pagamento pelo aluguel ocorreu por meio de cheque emitido no dia 18 de setembro e compensado no dia 22 daquele, quando Valdebran já estava solto.
A CPI dos Sanguessugas investiga troca de ao menos 20 telefonemas entre Abicalil e Expedito Afonso Veloso, que, até o escândalo do dossiê, era diretor do Banco do Brasil e integrante da campanha de reeleição do presidente Lula.
Raul Jungmann (PPS-PE) e Fernando Gabeira (PV-RJ) suspeitam que a troca de telefonemas possa indicar envolvimento de Abicalil na negociação do dossiê. Expedito esteve em Cuiabá no fim de agosto para negociar a compra do dossiê com Luiz Antonio Vedoin.