O presidente do Tribunal Regional Eleitoral, desembargador Juvenal Pereira da Silva, esteve, no final da tarde, na sede da OAB em Cuiabá e conversou com a diretoria da ordem e advogados de uma das partes que teriam sido alvo de suposta ofensa por parte do magistrado, acusado de chamar de “bicha” um advogado que havia encaminhado recurso ao tribunal e esperava resposta. Juvenal relatou que, na sessão de 11 de julho, ao trocar mensagens com amigos pelo wattsapp (aplicativo de comunicação via celular) teria feitos comentários em tom de brincadeira sem saber que o microfone do tribunal ainda estava ligado. Ele explicou que não se referia ao advogado quando fez a “brincadeira”.
“A sessão de julgamento já estava encerrada e estávamos aguardando porque tinha que trocar o sistema. Não entendo porque depois de um mês e três dias surgiu essa história. Quem viu sabe que não está contextualizada a alegada ofensa. Por que prejudicar a mim ou a instituição ?”, questionou. “Sempre defendi a presença do advogado nos processos eleitorais, na prestação de contas antes de sua entrega. Sempre prezei pelo bom atendimento a todos”, explicou Juvenal. Ele explicou também que estava com celular ligado esperando notícias sobre estado de saúde de sua mãe.
A assessoria da OAB informa que os advogados Rodrigo Cyrineu e Ademar Silva são patronos de uma das partes do processo que estava em julgamento no dia do alegado ocorrido. Ademar observou que, apesar de não estar na sessão, recebeu ligação de um meio de comunicação informando que ele teria sido alvo da ofensa, assim como seu sócio. Já Rodrigo Cyrineu estava na sessão e relatou que também foi procurado pela imprensa sobre a alegada ofensa, mas afirmou que não houve tal fato.
O presidente da OAB estadual, Maurício Aude, apontou que foram providências imediatas que foram tomadas nos sentido de oficiar o TRE para buscar esclarecimentos. “Tão logo houve o protocolo de ofício, fomos procurados pela Presidência do TRE que informou que responderia oficialmente com brevidade, mas fazia questão de prestar esclarecimentos pessoalmente à diretoria, à Comissão de Direito Eleitoral, ao Tribunal de Defesa das Prerrogativas e aos advogados envolvidos”, observou.
Diante das explanações, o presidente do Tribunal de Defesa das Prerrogativas, Luiz da Penha, informou que reunirá todas as informações necessárias para a elucidação do caso. Não foi informado quando deve emitir seu parecer sobre a situação.