O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB), Leonardo Campos acompanhou o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles e o governador Mauro Mendes, ontem à tarde, para propor a criação da secretaria do Pantanal. “Está na hora do Governo Federal criá-la para que o Pantanal tenha voz em nível de Governo Federal e a partir daí, sejam formuladas e implantadas políticas públicas para o ecossistema”, disse Leonardo para Salles.
O ministro, por sua vez, explicou ao presidente da OAB que foi feita uma reestruturação no ministério do Meio Ambiente, com a criação da secretaria de Biodiversidade e Florestas e o Departamento de Áreas Protegidas, que incluiria o Pantanal. “Tão logo surjam mais recursos, vamos expandir para todos os biomas”, comprometeu-se Salles.
O encontro, ontem à tarde, foi no hangar do Ciopaer, em Várzea Grande, após o ministro e o governador sobrevoarem a área do Pantanal atingido por queimadas e onde equipes de militares, do governo federal e do Estado, além de agricultores ajudam no combate aos focos. “Propus a criação da Secretaria do Pantanal, um órgão composto por técnicos e pantaneiros que entendam a realidade e as especificidades desse ecossistema. Que o planejamento para prevenção e combate a incêndios, por exemplo, saia dali, e não, de Brasília”. Leonardo ressalta que os incêndios têm sido constantes por conta da ausência ou do manejo mal desenvolvido do ecossistema. “E o homem pantaneiro harmoniza o ambiente com suas práticas tradicionais, com seus saberes. Com o passar dos anos eles têm sido afastados da região, justamente, por políticas equivocadas ou ausência deles”, declarou, através da assessoria.
O ministro expôs que a alta temperatura, tempo seco e vento muito forte, acabaram por potencializar os danos à fauna e flora. “O Ibama e ICMBio aumentaram a presença de brigadistas e aeronaves. Temos tido apoio também, do setor agrícola. Muitos, se valendo do sistema de bloqueadores de fogo, ‘retardantes’, muito mais eficaz que apenas água e também, utilizando técnicas de manejo do fogo, se adiantando a esse controle no uso do fogo para diminuir o material orgânico que fica no local se não for manejado de maneira adequada”, destacou Salles.
Diante das novas técnicas que vem sendo testadas e foram alvo dos comentários do ministro, o governador Mauro Mendes disse que são necessárias melhorias no arcabouço jurídico. “Para que possamos introduzir novas técnicas de controle, de manejo para evitar esse grande maciço, com grande potencial calorífico. Acumulada essa massa orgânica com tempo seco, é condição ideal para incêndios”, explicou. De acordo com Mauro as ações de prevenção iniciaram em março e que do total de focos de incêndio, 75% dos pontos focais identificados por satélite já foram contidos e 98% dos santuários ecológicos, preservados.
