O presidente da Câmara de Cuiabá, vereador Júlio Pinheiro (PTB), não apresentou cópias das atas e notas taquigráficas que provariam a tramitação regular de três mensagens do Executivo, em dezembro de 2012. Se dizendo tranquilo com as denúncias, divulgadas na semana passada, afirmou que irá apresentar ‘na hora em que achar conveniente’.
Ele concedeu entrevista, esta manhã, após a sessão ordinária. Antes de encerrar a entrevista de forma repentina, o vereador explicou por qual motivo não apresentou os documentos ou cópias deles e colocou fim a polêmica. “Vou apresentar à Justiça e ela que chame quem me denunciou provar o contrário. Minha gestão não roubou, nem desviou mais de R$ 10 milhões. Nos últimos dez anos minhas contas foram aprovadas por unanimidade. Vou apresentar na hora que eu achar que for conveniente”.
Entre outras coisas, Pinheiro acusou o ex-presidente, João Emanuel (PSD), de ser o responsável pela divulgação, afirmando que isso seria uma estratégia do pessedista, alvo de um processo de cassação, para tentar desviar as atenções da sociedade. “Isso vem sendo levantado desde quando ele tomou posse, desde fevereiro tenta emplacar isso. Esperou a semana de votação para me pressionar. Antes ele já atacou o Toninho de Souza (PSD) e agora quer me atacar”, ressalta citando o vereador que preside a Comissão de Ética e Decoro Parlamentar (CEDP).
O parlamentar afirmou que irá juntar todos os documentos relativos aos três processos e disse ter mostrado as atas e notas a alguns vereadores. “Estou fazendo uma juntada de uma série de documentos dos quais a ata vai estar junto. Já mostrei para vários companheiros o processo de capa a capa, inclusive esse processo foi publicado na Gazeta Municipal de 21 de dezembro. Lá tem o processo publicado, ele foi feito, votado, publicado, não cabe a mim me defender de algo que eu não fiz. Vou passar a todos os vereadores e cabe a quem acusou provar”.
O caso – documentos divulgados na última quarta-feira (16) sugerem indícios de irregularidades na tramitação de três processos no final de 2012. Por conta de duas destas mensagens do Executivo, que teriam sido sancionadas sem a tramitação pelas comissões necessárias, o então prefeito Chico Galindo (PTB) teve condições de suplementar o orçamento municipal em mais de R$ 200 milhões.