O presidente da Agência Executora da Copa de 2014 (Agecopa), Éder Moraes, admitiu o atraso das obras referentes ao Mundial, mas garante retomada dos trabalhos e cumprimento na íntegra do prazo estabelecido pela Fifa. Ele anunciou conjunto de 17 obras de desbloqueio, com seis licitações publicadas e outras 10 previstas para a próxima semana, com investimento total de R$ 150 milhões. Prometeu "obras nas ruas dentro de no máximo 70 dias". As medidas de celeridade nas ações visam reduzir o impacto negativo para Mato Grosso sobre a demora na execução de obras como as da Arena Multiuso e ainda em relação ao aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande.
O tom do domínio dos trabalhos pode ser observado hoje, no Diário Oficial, através de portaria que assegura exclusivamente a Éder o direito de falar em nome da entidade. Assim, nenhum dos seis diretores poderá se pronunciar sobre atos do Mundial sem prévia autorização dele. Apesar das mudanças na gestão, ele poderá enfrentar obstáculos. Fonte assegura que os certames serão questionados na Justiça, por meio de ingresso de recurso de empresa interessada em participar dos processos.
Em coletiva concedida à imprensa na tarde de ontem, sem a presença do diretor de Planejamento, Yênes Magalhães, e ao lado do diretor de Comunicação e Marketing, Roberto França, Éder expôs as alterações implementadas na agência que têm o objetivo de maximizar os trabalhos e de afastar os olhares do país sobre o Estado. Preferindo não apontar "nomes" e se referindo a "informações que vêm do Sul e do Sudeste", o presidente mandou um recado velado para pessoas que estariam interessadas no insucesso do Estado.
"Se encontrarmos o ponto do travamento de questões como as do aeroporto, vamos revelar e dar nomes. Não vamos aceitar que o governo federal nos trate assim. Vamos botar a boca no trombone porque Mato Grosso não pode arcar com prejuízos que não são de sua responsabilidade", avisou.
Voltou a destacar sua preferência pessoal pelo modal de transporte VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), mas reiterou que os estudos a serem definidos nos próximos 15 dias deverão nortear a opção por este sistema ou pelo BRT (Bus Rapid Transit – corredor para transporte sobre rodas). Disse ainda que poderá ser implementado via conjunto dos modais, dependendo do grau de qualidade dos serviços que deverão ser prestados aos usuários.
Ele anunciou ainda estudo que deverá ser apresentado em 30 dias sobre o contexto das desapropriações, que apontará o valor das indenizações para donos de imóveis. A nova dinâmica determina ainda a integração dos secretários de primeiro escalão com ações ligadas ao Mundial, que deverão discutir semanalmente agenda para impulso aos trabalhos. Éder integra comitiva de Mato Grosso liderada pelo governador Silval Barbosa (PMDB) que viajou hoje para São Paulo, com destino a países da Europa, para checagem do sistema VLT.